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Sábado, 20 de abril de 2024

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Zika vírus coloca população em alerta: Doença está associada à microcefalia

Você sabe o que é Zika Vírus? A doença é viral, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor do vírus da dengue e do chikungunya, que tem preocupado a população e provocado intensa mobilização das autoridades de saúde no Brasil. A patologia caracteriza-se por febre baixa ou ausência de febre, erupções na pele, coceira, dores leves nas articulações e no corpo e a grande maioria dos pacientes são assintomáticos, ou seja, nem sabem que possuem a doença. A evolução costuma ser benigna e os sintomas geralmente desaparecem em um período de uma semana.

De acordo com a médica pediatra, patologista clínica e cooperada da Unimed Cuiabá, Natasha Slhessarenko, a diferença entre as três doenças é feita através das manifestações clínicas. O zika vírus pode iniciar-se com manchas vermelhas na pele, o chikungunya caracteriza-se por dores intensas nas articulações (juntas), já a dengue, costuma apresentar quadro de manifestações sistêmicas e pode dar alterações no hemograma. “Ao observar qualquer um desses sintomas, é importante procurar o auxílio médico”, frisa Natasha.

Conforme Natasha, o diagnóstico do zika vírus é clinico, epidemiológico e o laboratório pode auxiliar com a realização da PCR (Sigla inglesa que significa, Polymerase Chain Reaction ou Reação em cadeia da polimerase), exame que amplifica o material genético do vírus. A sorologia para o zika vírus IgG e IgM está em fase de desenvolvimento. “Sempre que o paciente apresentar sintomas que sugiram infecção pelo zika vírus, deve procurar um médico para ser examinado e, se for o caso, notificado”, explica.

Tratamento

Como muitas doenças virais, ainda não há vacina para combater o vírus. O que existe é o tratamento de suporte para controle da dor, coceira e febre.

Segundo Natasha Slhessarenko o zika é pouco estudado no mundo inteiro e não pode ser menosprezado, pois, o vírus tem tropismo pelo sistema nervoso central, ou seja, afeta o cérebro e os nervos e tem-se estabelecido a relação com muitos casos de microcefalia que estão ocorrendo no Brasil.

Prevenção

A prevenção do zika vírus segue basicamente as mesmas regras que as da dengue, visto que o vetor é o mesmo para essas doenças. Evitar o acúmulo de água e combater todos os reservatórios de criadouros das larvas desse mosquito é a principal medida a ser tomada. Em casa, é preciso eliminar a água parada nos baldes, bacias, garrafas, vasos de plantas, tanques, e outros objetos que possam acumular água. Além disso, fazer o uso de repelentes naturais à base de cravo e citronela, mosquiteiros, telas de proteção nas janelas e escolher roupas que diminuam a exposição da pele também ajudam a espantar o mosquito.

Relação entre o zika vírus e a microcefalia

A relação entre a infecção pelo zika vírus durante a gravidez e os casos de microcefalia foi estabelecida no final de novembro quando o Instituo Evandro Chagas, no Pará, conseguiu amplificar o zika vírus em uma criança microcefálica e outras malformações que evoluiu para óbito.

Natasha Slhessarenko avalia que a infecção pelo zika vírus pode ser grave e que não deve ser menosprezada do ponto de vista médico. “As investigações sobre o vírus vão continuar, pois muito pouco se sabe da atuação deste vírus no organismo humano”, ressalta.

A microcefalia é uma malformação cujo as causas são diversas, mas na maior parte das vezes tem em comum o mau desenvolvimento cerebral. Por definição, considera-se microcefalia quando o perímetro cefálico (medida da circunferência da cabeça) do bebê é menor que 32 cm ou abaixo do segundo desvio padrão (escore Z) para o sexo e a idade. As causas de microcefalia incluem problemas de natureza genética e causas infecciosas (citomegalovírus, rubéola, toxoplasmose), dentre outras.

Em relação às sequelas da microcefalia, depende do grau de acometimento cerebral do bebê, ou seja, o agravo vai variar de cada caso e deve ser avaliado isoladamente. Natasha explica que as crianças devem ser acompanhadas por uma equipe multiprofissional como pediatras, neuropediatras, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.

Recomendação para as mulheres grávidas

Neste momento, é importante que as mulheres grávidas se mantenham longe do mosquito Aedes aegypti, seguindo as recomendações de prevenção do zika vírus, com atenção especial ao uso de repelentes. Gestantes que apresentarem qualquer tipo de sintoma da doença precisam procurar um médico imediatamente.

Mulheres que queiram engravidar: Se for uma gravidez planejada, é recomendado aguardar o término do período de chuvas e passar a epidemia para engravidar com segurança, pois, segundo o Ministério da Saúde, em análise inicial, o período de maior vulnerabilidade está associado aos primeiros meses de gravidez, período de formação dos órgãos e sistemas (organogenesis).

Situação epidemiológica em Mato Grosso

Em último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), dados revelam que de janeiro a novembro deste ano, após análise laboratorial, foram confirmados nove casos do zika vírus em Mato Grosso, sendo quatro casos em Cuiabá, dois em Várzea Grande, dois em Rondonópolis e um no município de Tesouro.

Sobre a microcefalia, foram registrados 68 casos suspeitos da síndrome no Estado. Desse quantitativo, 59 são de Rondonópolis, dois de Alto Garças, dois em Itiquira, um em Alto Araguaia, um em Jaciara, um em Pedra Preta, um em São José do Povo e um em Tesouro. As famílias dos bebês identificados com microcefalia estão sendo comunicadas para que todos os exames sejam realizados.

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