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Colunas

Para não largar até terminar: Cilada, de Harlan Coben

Teca Machado

Harlan Coben. O nome é meio estranho, mas seus livros são sensacionais e envolventes. O principal gênero que ele escreve é suspense policial com um quê de bom humor e acidez. O autor já lançou mais de 20 livros, foi traduzido para dezenas de línguas e vendeu mais de 50 milhões de cópias mundo afora, isso sem contar as vendas para tablets.

Já li cerca de 10 obras dele, mas Cilada é um dos meus preferidos. Como todas as histórias de Harlan Coben, é um suspense/mistério e fala sobre culpa, perdão e luto. Nada é o que parece e tudo muda a medida que as páginas vão passando (Nesse caso, voando, porque é impossível não devorar o livro). Você, leitor, está lá se achando o esperto falando: “Ahá! Descobri quem é o assassino e o que aconteceu. Sou muito inteligente”. Mas, de repente, não é absolutamente nada disso e você então pensa: “Inteligente mesmo é o Harlan Coben...”.

Cilada nos apresenta a Wendy Tynes, uma repórter de televisão que tem um programa onde desmascara pedófilos. E é lá que Dan Mercer, um dedicado técnico de basquete, é taxado como um. Recebendo o chamado de uma aluna, ele vai até o seu encontro, mas era uma cilada: Wendy e sua equipe estavam lá e o homem é mostrado ao país como um criminoso.

Após alguns dias, Dan é inocentado por falta de provas, mas acaba assassinado e a única testemunha é Wendy. Atormentada pela culpa, pois o ele talvez fosse inocente, ela passa a investigar o que realmente aconteceu e vai descobrindo uma teia de problemas e conspirações que vão muito além de Dan: Engloba familiares, vizinhos, amigos de faculdade e muitos outros.

Ao mesmo tempo, a repórter investiga o desaparecimento de uma garota chamada Haley McWaid. Aos 17 anos, a jovem tem tudo para ser um sucesso no futuro. Aluna exemplar, filha carinhosa, praticante de esportes, ela nunca se metia em confusão. Até que desaparece, três meses se passam e todos começam a imaginar o pior.

Posso dizer que Harlan Coben é um mestre na arte do suspense e nos surpreende até a última página em Cilada. Aliás, até a última linha do livro. Ele sabe atiçar a nossa curiosidade ao colocar elementos interessantes no meio da história. São conflitos intermináveis que a todo momento mudam a sua percepção do enredo e dos personagens. A dúvida constante é, afinal, quem é do bem e quem é do mal? Somos todos um pouco bons e um pouco ruins?

Recomendo.

*A escritora e jornalista Marcela Machado, conhecida por todos como “Teca”, é leitora ávida e apaixonada por livros. Escreve no blog “Casos, Acasos e Livros” e é autora de “I Love New York”, publicado pela editora Novo Século. Teca dá dicas de livros no Olhar Conceito todas as terças. Email de contato: tecamachado@gmail.com



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