Imprimir

Colunas

Espondilite anquilosante afeta coluna e provoca fortes dores

Movimento Saúde Unimed Cuiabá

Doença reumatológica é inflamatória e também pode prejudicar articulações

Você sente dor ou rigidez na coluna? Tem sido difícil chegar a um diagnóstico específico? Existem algumas doenças reumáticas que se caracterizam por gerar processos inflamatórios e podem afetar a coluna, as articulações, os tendões, ligamentos e muitas vezes outras estruturas, como a visão e o intestino: são as chamadas espondiloartrites, dentre as quais está a espondilite anquilosante, doença inflamatória da coluna vertebral caracterizada por dor na coluna, especialmente na região das nádegas, decorrente da inflamação de uma articulação chamada sacroilíaca.

Diferentemente das dores de coluna decorrentes de processos mecânicos, as decorrentes da espondilite anquilosante geralmente pioram com o repouso e vêm acompanhadas de rigidez articular. “Muitas vezes o paciente sente a necessidade de levantar-se a noite para melhorar os sintomas”, explica a médica reumatologista, cooperada da Unimed Cuiabá e presidente da Associação Mato-Grossense de Reumatologia (Assomater), Angelita Carlotto de Abreu.

Segundo Angelita Carlotto, esta doença tem características genéticas e o gatilho que a desencadeia pode ser um trauma, portanto não há como falar em prevenção da doença. Não se conhece a causa da espondilite, que é três vezes mais frequente em homens. “Recomenda-se aos pacientes, especialmente homens, abaixo dos 45 anos, com dor lombar inflamatória que abranda com o movimento e aumenta com o repouso, com duração de mais de três meses, procure o reumatologista, médico mais indicado para tratar e diagnosticar a doença”, ressalta Angelita.

Outros sintomas da doença são as inflamações nas juntas (artrite) e inflamações que podem ocorrer no calcanhar e cotovelos (entesites), além do comprometimento ocular, manifestado por uveítes.

Diagnóstico

O diagnostico é feito após um histórico clínico de dor nas costas com o padrão inflamatório, ou seja, que piora com o repouso e melhora com o exercício, além de um exame físico adequado. Exames adicionais de sangue e por imagem como radiografia da coluna vertebral e da articulação sacroilíaca podem confirmar a presença da espondilite anquilosante. A ressonância nuclear magnética também pode ser útil nos processos mais precoces doença.

Existe também um exame chamado HLA B27, um mapeamento genético. O gene pode estar presente nesses pacientes. “Pessoas positivas para esse tipo de gene tem mais predisposição a terem espondilite, mas não necessariamente vão desenvolvê-la. Por outro lado, pessoas que não tem essa característica genética também podem desenvolver a doença. Portanto, famílias com histórico de espondilite tem mais predisposição, mas não necessariamente vão apresentar a doença”, ressalta Angelita Carlotto.

Vale lembrar que o diagnóstico precoce é muito importante para evitar evolução e complicações da espondilite. Se não tratada, a doença pode evoluir e o paciente tende a perder gradativamente a mobilidade da coluna.

Tratamento

O tratamento pode reduzir o desconforto e retardar o desenvolvimento de deformidades na coluna. Portanto, deve ser indicado por um médico reumatologista, na dependência de cada caso.

O tratamento consiste no uso de anti-inflamatórios e de medicações imunobiológicas. Além do uso de remédios, o paciente pode aliar o tratamento com exercícios de reeducação postural global (RPG), pilates e atividades aeróbicas.

Outra informação importante: a espondilite anquilosante é controlada. “Se o paciente tratar a doença adequadamente, pode levar uma vida normal”, afirma a reumatologista.
Imprimir