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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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JURI

Após 14 festivais, diretora cuiabana lança segundo curta de distopia tecnológica

Foto: Reprodução

Após 14 festivais, diretora cuiabana lança segundo curta de distopia tecnológica
“Cinema a gente só aprende fazendo”, conclui a diretora e roteirista cuiabana Samantha Col Debella. Com o sucesso do seu curta de estreia Teodora Quer Dançar (2017), que rodou festivais do Brasil e do mundo e foi agraciado com 4 prêmios em 14 festivais, em um ano de exibição, a diretora lança ainda neste mês o curta cibernético Juri (2018).

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Somado ao Box de Curtas - que incluiu quatro curtas-metragens e um piloto de série de TV a partir de um edital da Secretaria de Estado de Cultura (SEC) - Samantha pode realizar seu primeiro projeto de direção e roteiro de ficção. A experiência colaborativa garantiu que os diretores trabalhassem com equipamentos cinematográficos de ponta e pós-edição de qualidade, além de gerar 250 empregos diretos.
 

Samantha durante as filmagens de Teodora Quer Dançar, na Praça da Mandioca

O curta-metragem é baseado em uma lenda urbana que possui versões em cada região do Brasil. A cuiabana foi inspirada por uma história de uma moça que ia a bailes de carnaval no Clube Feminino, na década de 1940. Sempre mascarada, seduzindo os homens, mas acaba desaparecendo em frente ao Cemitério da Piedade.

Como resultado, Teodora Quer Dançar passeou pelo Brasil e países como China, Índia, Itália e Holanda, e levou para casa 14 prêmios, sendo o mais importante de Melhor Atriz e Melhor Direção de Arte do Cine-PE, de Pernambuco, que consta na lista do Ancine. “Já trabalho com o audiovisual há muitos anos, mas só na parte de documentários institucionais e publicidade. Como ficção mesmo, foi o primeiro filme que eu rodei, então foi um processo muito bacana de  aprendizado, sobretudo de aprendizado, e ele superou minhas expectativas. Não imaginava que esse primeiro filme fosse ter essa repercussão”, diz Samantha.
 

Após a conclusão de Teodora, assim chamado carinhosamente pela diretora, Samantha ganhou outro edital, mas dessa vez do extinto Ministério da Cultura. Com menos recursos, Juri foi ganhando corpo, até ser concluído em janeiro de 2018. “Estou muito contente com o resultado, conseguimos imprimir na tela um valor muito maior do que aquele valor financeiro para fazer o filme. É pelo empenho da equipe mesmo, pelas pessoas que estão envolvidas no projeto, porque o curta nós fazemos pelo amor ao cinema”, comenta.

O filme conta ainda com atuações regionais, de Caio Mattoso e Romeu Benedito, além de nacionais, como a atriz Regina Sampaio, que trabalhou na novela da Rede Globo “O Sétimo Guardião”.

Inquisição digital
 

O novo curta aborda a relação contemporânea do comportamento humano e a internet, com uma pegada que lembra a série britânica Black Mirror. Mesmo distópico, Juri retrata muito os comportamentos que observamos em comentários - muitas vezes carregados de ódio - que ocorrem nas redes sociais, que funcionam como uma “inquisição digital”. Enquanto escrevia o roteiro, Samantha lembrou de uma frase de Umberto Eco: “a internet deu voz aos imbecis”.

“É uma história que trata sobre a contemporaneidade, porque fala sobre a questão da inquisição digital, que acontece hoje por conta das redes sociais. é um processo do dia a dia, quando você vê que algo aconteceu e olha os comentários, e eles são assustadores. As pessoas falam coisas, e mesma que seja relacionada a alguns crimes, as propostas que elas colocam lá, acabam sendo piores que os crimes.

Sinopse

Mario é drogado e sempre viveu na rua.  Conta com a ajuda de Dona Herta, 80 anos, e um dia, ao pedir dinheiro para pagar o traficante, altera-se diante da recusa da senhora, rouba seu colar de ouro e foge sem perceber que ela fica passando mal. O filho encontra o corpo da mãe ao chegar em casa, aciona a polícia que localiza e prende Mario imediatamente.

Ele fica chocado ao saber que Dona Herta está morta, mas, diante das evidências da perícia, inicia-se o processo de julgamento. Quatro pessoas aleatórias são escolhidas pelo sistema e postam suas sugestões de punições. Mario também grava um vídeo de defesa e conta detalhes da sua vida. As pessoas assistem e votam pelas redes sociais. Em pouco mais de 24 horas sai a sentença e o resultado é transmitido ao vivo pela internet.
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