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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Via Sacra contempla a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo no cotidiano da vida

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Via Sacra contempla a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo no cotidiano da vida
Seguindo o tema da Campanha da Fraternidade 2019, ‘Fraternidade e Políticas Públicas’, os alunos do 9º ao 3º ano do Colégio Notre Dame de Lourdes representaram a Via Sacra na manhã desta terça-feira (16) de uma forma diferente. Ao invés de simplesmente encenar a Paixão de Cristo, os estudantes criaram um roteiro que mostra como o sofrimento de Jesus está presente na vida das pessoas nos dias de hoje.

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“Eles passam pelas estações que Jesus vivenciou: sua paixão, morte e ressurreição. Nós trazemos memórias, por estarmos vivenciando a semana intitulada semana santa, então fazemos memória afetiva, espiritual, do caminho que Jesus percorreu, de sua paixão, morte, crucificação e ressurreição. E essa preparação está dentro da Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema: Fraternidade e Políticas Públicas”, explica a diretora da escola, irmã Marluce Almeida.

Para representar Pôncio Pilatos, por exemplo, que ‘lavou as mãos’ perante a condenação de Cristo, os alunos lembraram a situação da Santa Casa de Misericórdia, com um deles representando um enfermo, e outro um político que ‘lava as mãos’ perante a população carente.

A segunda estação da Via Sacra, quando Jesus carrega a cruz nas costas, levou os estudantes a pensar sobre as cruzes que cada um carrega em sua vida. Para isso, colocaram a música ‘O homem que não tinha nada’, de Projota, e representaram a história de Josué, um trabalhador que tem sua cruz para carregar no dia a dia.



As três quedas de Jesus foram lembradas por meio das cruzes que podem derrubar os jovens. Nesta cena, violência doméstica, bullying, depressão e drogas empurravam uma garota que tentava se libertar, e que só conseguiu com o auxílio da fé.



A presença da mulher foi um dos fios condutores da interpretação. Lembrando de Maria, que esteve ao lado do filho durante todo o trajeto, e das mulheres de Jerusalém, o grupo chamou a atenção para a falta de representatividade das mulheres na política, a violência doméstica e a desigualdade em situações como no mercado de trabalho.

Com a última estação, por fim - quando Jesus Cristo chega ao calvário, é pregado à cruz e sepultado – foi feito um paralelo nas histórias de pessoas que, de sua forma, também foram testadas e crucificadas, dentre elas Malala, Maria da Penha e santa Emilie de Villeneuve. “Vamos fazer silêncio para agradecer a todos aqueles e aquelas que, assim como essas mulheres, tiveram a coragem, assim como muitos homens também, de construir verdadeiras ressurreições aqui na terra”, pediu a diretora neste momento.



Para a estudante Ana Clara Garcia, 14, do 9º ano, esta foi uma forma de aproximar os alunos da história, que já aconteceu há mais de dois mil anos. Ela, que quer ser diretora de cinema, comandou e ensaiou o grupo.

“Eu me senti muito bem representando as mulheres durante essa apresentação inteira, porque é sempre bom. A gente sofre muito no mundo atual, e a gente tem que continuar. O tanto de coisa que a gente já conquistou, e ainda temos um caminho enorme pra caminhar... acho interessante a gente trazer estes temas porque somos uma escola católica, e representar essas histórias de um jeito que as pessoas se sintam mais dentro delas. Mais próximas. Porque é uma coisa que aconteceu há milhares de anos, e a gente conseguiu trazer situações atuais, até aqui de Cuiabá mesmo, como a Santa Casa”, afirmou.

Ana Clara Garcia (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

João Vitor Salazar, 15, também do 9º ano, foi um dos atores da Via Sacra. Segundo ele, nunca tinha se apresentado para um público grande, mas se surpreendeu e também gostou da temática. “Eu achei chamativo, me toca bastante, e acho importante pras pessoas começarem a levar mais a sério o assunto”.

João Vitor Salazar (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

A Via Sacra foi encenada na Semana Santa, que começou na última segunda-feira (15) e segue até o domingo de Páscoa. A Campanha da Fraternidade, por sua vez, começou na quarta-feira de cinzas e, na escola, será trabalhada durante todo o ano. Para a diretora, a intenção de tudo isso é levar os alunos à reflexão: “Que Cuiabá eu quero continuar construindo? O nosso colégio tem 58 anos, a sua família tem uma história. Que legados nós queremos deixar? Vamos caminhar com Jesus nessa semana intitulada semana santa para ressurgirmos com ele. Porque a vida triunfa sobre a morte. Porque Jesus nos promete essa vida eterna”.
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