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Sábado, 20 de abril de 2024

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UFMT vai tentar restaurar filme de Nelson Pereira dos Santos encontrado por historiador

Foto: José Amílcar

Rolo de filme foi encontrado durante pesquisa de doutorado

Rolo de filme foi encontrado durante pesquisa de doutorado

O historiador José Amílcar Bertholine de Castro entregou, na última quinta-feira (2), o filme “Cidade Laboratório Humboldt – 73”, dirigido por Nelson Pereira dos Santos, para a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A obra foi encontrada pelo pesquisador durante seu doutorado, em péssimo estado de conservação. Agora, a instituição vai tentar encontrar meios de restaurá-la.

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Em março de 2019, o Olhar Conceito publicou uma matéria em que José Amílcar contava como teve acesso ao filme, e sobre sua ‘saga’ para tentar recuperar suas imagens e áudio por conta própria. Após diversas tentativas frustradas, o historiador, agora, devolveu o filme à Universidade.

Por meio da assessoria, a instituição afirmou que, “de acordo com o vice-reitor, o mesmo deverá ser encaminhado para a Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev), responsável pelo cineclube Coxiponés, para que entrem em contato com outras instituições, para que as mesmas possam avaliar a possibilidade de restaurar as filmagens”.

‘Cidade Laboratório Humboldt – 73’ é um rolo de filme de 16mm, gravado pelo cineasta Nelson Pereira dos Santos sobre a Cidade Laboratório de Humboldt, um projeto que foi instalado na cidade de Aripuanã (972km de Cuiabá) e que, segundo a dissertação de mestrado de Renata Neves Tavares, “propunha a existência de um centro de pesquisas, interessado em realizar estudos sobre a região, orientar o desenvolvimento social e econômico do Estado, sem causar grandes impactos sobre o ambiente. O lema era conhecer a Amazônia para então ocupá-la”.

O projeto começou a ser implantado em 1973, ano em que o filme foi feito. De acordo com um artigo do professor Alfredo da Mota Menezes, a cidade científica recebeu muito apoio e tinha até casas pré-fabricadas, mas em 1975 o projeto, que era ligado à UFMT, “começou a ser enterrado”.

Depois que encontrou o filme, Amílcar tentou entrar em contato com a Cinemateca Brasileira, a Regina Filmes (produtora da família de Nelson Pereira dos Santos), e as cinematecas da Alemanha, França, Portugal e Inglaterra, mas não obteve ajuda. Para realizar a restauração de forma particular, no entanto, o preço era muito alto, e não havia certezas sobre o resultado.

Historiador José Amílcar Bertolini (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Para o vice-reitor da UFMT, professor Evandro Soares, que recebeu o filme, essa é uma forma de resgatar a história da UFMT. “Mostra que universidade esteve envolvida, desde seu princípio, com projetos de desenvolvimento da região, crescimento econômico e pesquisas sobre a natureza de Mato Grosso”, afirmou.

“A ideia da cidade científica surgiu após as primeiras conferências internacionais sobre o meio-ambiente e tinha a ideia de criar uma solução para o desenvolvimento dos países chamados subdesenvolvidos que não degradasse o meio-ambiente da mesma forma que aconteceu com os países chamados desenvolvidos na época”, explicou o pesquisador.
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