Os hábitos de turismo do brasileiro começaram a ser investigados pela primeira vez desde a última segunda-feira (8), pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério do Turismo.

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Durante os próximos três meses, dois mil agentes de coleta do IBGE vão visitar 210 mil casas, e levantar informações sobre o destino de viagens, tempo de estada, tipo de hospedagem e gastos realizados pelas famílias.

As viagens internacionais já são pesquisadas pelo ministério desde 1983, mas o turismo doméstico passou a ser considerado somente em 1998, sem periodicidade definida. Para o coordenador-geral de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, Daniel Vieira, a participação do IBGE vai aumentar a qualidade dos dados para o setor doméstico.

A pesquisa sobre os hábitos de turismo segue recomendações da Organização Mundial do Turismo, e a previsão é de que a primeira divulgação aconteça em meados de 2020. Nesta análise, serão apresentados somente dados deste terceiro trimestre.

“Nesta primeira coleta no terceiro trimestre de 2019, vamos avaliar o que pode ser melhorado. Faremos as alterações necessárias para a pesquisa entrar em campo novamente no início de 2020 e coletar dados ao longo do ano inteiro”, explica a analista da PNAD Contínua, Flávia Vinhaes.

“Estimamos pelo menos 200 milhões de viagens por ano, e o mercado doméstico representa, no mínimo, 95% do consumo. Vamos ter uma dimensão muito mais apropriada a partir do trabalho que está sendo feito pela PNAD Contínua”, diz Vieira, complementando que os últimos dados do ministério sobre demanda doméstica são de 2012.

Em 2016, outra pesquisa foi realizada entre o IBGE e o Ministério do Turismo, que analisou os serviços de hospedagem (PSH). Foram identificados 31,3 mil estabelecimentos na rede hoteleira e 2,4 milhões de leitos do país. Vieira ressalta que a PNAD Contínua vai ajudar a responder quem sustenta esse mercado.

“O Brasil é o quinto parque hoteleiro do mundo em quantidade de estabelecimentos e sexto em quartos. É uma atividade econômica muito grande. Quem sustenta isso? A gente olha para a demanda internacional, são 6,6 milhões de turistas internacionais por ano, e, embora sejam importantes, não são eles que estão sustentando a economia do turismo”, diz Vieira. 

Além de conhecer com mais detalhes o comportamento da população em viagens nacionais e internacionais, a inclusão da temática na pesquisa vai contribuir para a construção da conta satélite de turismo, uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).