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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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100% Vegano

Hambúrguer vegetal que possui gosto e textura de carne animal começa a ser vendido em Cuiabá

Foto: Divulgação

Hambúrguer vegetal que possui gosto e textura de carne animal começa a ser vendido em Cuiabá
Pensando no impacto que o consumo de proteína animal causa ao meio ambiente e no sofrimento de milhares de animais que são abatidos na indústria da carne, a Startup brasileira Fazenda Futuro, lançou no último mês de maio o “Futuro Burguer”, um  produto feito a base de proteína de ervilha, proteína de soja, grão de bico e beterraba, aprimorado em laboratório para que tenha o sabor e a textura de um hambúrguer feito de carne bovina. O produto é 100% brasileiro e vegano, a novidade está sendo comercializada pela rede Pão de Açucar, e pelos supermercados Big Lar. A bandeja possui duas unidades e tem o preço médio de R$ 18.

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Para a criação do Futuro Burger, a empresa passou pelo processo de entender o que é, de fato, a proteína animal, entendendo quais são seus aminoácidos, cadeias lipídicas que proporcionam sensação de gordura, compostos do sangue bovino e até a caramelização dos açúcares presente na carne. Tudo isso para que o hambúrguer feito de plantas pudesse chegar a textura e sabor de um hambúrguer feito de proteína animal.



Segundo o CEO da Fazenda Futuro, Marcos Leta, ver o Futuro Burger ao lado de produtos de origem animal sempre foi um dos objetivos da empresa. “Tivemos uma excelente recepção com a chegada nas hamburguerias e agora estamos confiantes com a venda nos supermercados. A carne vegetal deixou de ser só uma tendência e passou a ser uma realidade positivamente sem volta”, avalia ele que garante que o gosto é muito similar ao de um produto a base de proteína vegetal.

Impacto do consumo de carne para o meio ambiente

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o setor de produção animal é um dos maiores responsáveis por problemas ambientais no planeta. Para se ter uma ideia, para a produção de 1 Kg de carne é utilizada em média de 10 a 20 mil litros de água, enquanto 1 Kg de batata, por exemplo, gasta em média 132,5 litros.

Além disso, o gás metano, liberado nas fezes dos gados, ovelhas e porcos, é um dos principais agentes causadores dos efeitos estufa, contribuindo diretamente para o aquecimento global, já que o metano é cerca de 30 vezes mais eficiente na captura do calor radiante do Sol do que o dióxido de carbono (CO2), o metano é o gás de efeito estufa mais destrutivo.
 
Segunda sem Carne

Idealizada pelo o ex-Beatle, Paul McCartney, a "Segunda sem Carne” surgiu em 2003 nos Estados Unidos com o objetivo conscientizar as pessoas sobre o impacto do consumo de proteína animal para o aquecimento global. No Brasil a Sociedade Vegetariana Brasileira lançou a campanha em 2009 e desde então, tem estimulado a população a retirar a carne animal da sua alimentação em, pelo menos, um dia da semana, no caso proposto pela campanha seria na segunda-feira.

No Brasil o governo já adotou a Segunda Sem Carne no cardápio de escolas públicas, hospitais e restaurantes populares. “É o que acreditamos e promovemos, em benefício da saúde das pessoas, do meio ambiente e dos animais. É um caminho sem volta”, pontuou a coordenadora nacional da campanha, Monica Buava.
 
Contra a nomenclatura

Em maio deste ano, o deputado federal, produtor rural e membro titular da comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Nelson Barbudo (PSL-MT), protocolou na última semana um projeto de lei que visa proibir o uso da palavra "carne" e seus sinônimos em embalagens, rótulos e publicidade de alimentos que não sejam de origem animal. O parlamentar alega que a nomenclatura utilizada pode induzir o consumidor ao erro, por achar que está ingerindo um alimento nutricional similar à carne animal.

No texto, o deputado defende que termos como bife, hambúrguer, filé, bacon e linguiça, por exemplo, sejam restritos apenas a "tecidos comestíveis de espécies de açougue, englobando as massas musculares, com ou sem base óssea, gorduras, miúdos, sangue e vísceras, podendo os mesmos serem in natura ou processados".

O presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira, Ricardo Laurino, avalia, no entanto,  que o crescimento do mercado de proteínas alternativas à carne e de produtos vegetarianos e veganos, de uma forma geral, contribuiu para a criação do projeto de lei. "É algo que está acontecendo não só aqui no Brasil, mas em outros países onde as proteínas vegetais estão ganhando um mercado enorme, de forma muito rápida. E não são só as proteínas, as carnes. Os leites vegetais, por exemplo, nos Estados Unidos, foi algo muito forte que pegou os produtores de leite desprevenidos", diz.

Consumo sustentável

O consumo sustentável baseia-se basicamente em consumir produtos e serviços de modo consciente, com a intenção de evitar ou eliminar o desperdício e o impacto ambiental e social do planeta. Algumas alternativas podem diminuir esse impacto, como o uso de sacolas retornáveis, a diminuição de produtos a base de plástico e isopor, além do consumo consciente.

Mercado em crescimento

Pesquisa do IBOPE Inteligência conduzida em 2018 apontou que 14% da população brasileira se declara vegetariana, um crescimento de 75% em relação a 2012, quando a última contagem havia sido feita. De acordo com o primeiro Relatório de Mercado focado no mercado plant-based (à base de plantas) no Brasil, lançado este ano pelo The Good Food Institute, quase 30% dos brasileiros — cerca de 60 milhões de pessoas — decidiram reduzir o consumo de produtos de origem animal nos últimos anos.
 
Segundo a pesquisa, o chamado mercado de alimentos saudáveis no país é o 5º maior desse setor no mundo, com crescimento de 20% ao ano — enquanto a média mundial anual de expansão do setor é de 8%.

No entanto, o levantamento aponta que, como ainda existem poucas opções de proteínas alternativas disponíveis no Brasil, a projeção de demanda desses produtos é feita a partir do que os consumidores que estão reduzindo o consumo de alimentos de origem animal dizem sentir falta.

Mesmo com esse mercado relativamente pequeno, as tendências do setor indicam que a demanda por proteínas alternativas não está sendo atendida atualmente e se mostra como um nicho promissor para novas empresas e produtos do segmento.
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