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ESPETÁCULO DA NATUREZA

Pantanal ressurge em tapete rosa florido de ipês evocando a vida do principal santuário ecológico das Américas

27 Jul 2021 - 14:09

Da Redação - Pedro Coutinho Bertolini/ Da reportagem local - Izabel Coutinho

Foto: Rogério Florentino - Olhar Direto

Pantanal ressurge em tapete rosa florido de ipês evocando a vida do principal santuário ecológico das Américas
“A flor da piúva nunca se suja na lama”. O que isso quer dizer? A florada da piúva – como  são chamados os Ipês no Pantanal - antecede as chuvas. As águas vêm sempre depois. A fala é de  André Thuronyi, proprietário da pousada de ecoturismo Araras Pantanal Eco Lodge, instalada há 30 anos na região da Transpantaneira, de Poconé até Porto Jofre.

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Antigamente utilizada por indígenas para seus ornamentos de caça e defesa, hoje, o tronco da árvore é usado por fazendeiros da região para suas instalações rurais, como estacas de madeira e cercados das terras.

O breve resumo sobre os Ipês contrasta com a imensidão da florada. Normalmente, a floração começa em meados de agosto e setembro, no período mais crítico da seca. Contudo, um verdadeiro espetáculo da natureza tem surpreendido o pantaneiro e demais turistas com um ‘mar de ipês’ que coloriu de rosa o cenário do bioma, neste mês de julho.

Sucedendo o pior ano de seca do Pantanal, 2020, que se encerrou com triste recorde de  área de vegetação nativa consumida pelo fogo nove vezes superior ao quantitativo de desmatamento na região dos últimos dois anos, 2021 sofreu um choque térmico há cerca de duas semanas que, segundo André, é um dos causadores do evento natural que cobriu o Pantanal de Ipês.



“E a partir desse momento, com aquele frio, houve uma sincronização nos botões, porque esse choque térmico, ele quebrou a dormência dos botões. E ai todas essas árvores começaram a florir simultaneamente. Então temos um fenômeno absolutamente mágico”, explicou Thuronyi.

Resultado de longo período de seca com baixas umidades e frio intenso há cerca de duas semanas, a florada simultânea é como um mar de flores a céu aberto. Equipe do Olhar Direto acompanhou de perto o fenômeno e as imagens são surpreendentemente raras.  

Para colorir mais ainda, um ipê branco foi flagrado pela reportagem em meio ao mar de piúvas rosas floriu. A coloração branca é comum no cerrado e raro no pantanal, refoçando o quão impressionante é a florada. 



O pantaneiro também explicou à reportagem que, ao contrário do que muitos pensam sobre a preservação do bioma que é anualmente desgastado por queimadas causadas por ação do homem, a floração simultânea das piúvas é resultado de uma boa conversação do solo daqueles que vivem no local.

“Milhares de ipês rosas floridos na transpantaneira. O que prova, também, a boa conversação do pantanal. Ou seja, as fazendas do pantanal, preservam, apesar de usarem a piúva e o ipê para suas instalações rurais, ainda preservam uma grande quantidade”, disse André.

Tal espetáculo natural deve acabar em breve, pois como dito por André, a florada dos Ipês antecede as chuvas, que sinalizam a troca de estação do ano. Por isso, quem quiser conhecer o ‘jardim de rosas a céu aberto’ que se formou no Pantanal, tem de se apressar para vivenciar a exibição espetacular da natureza que acontece no bioma.
 
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