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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Do cultivo de plantas aos pães caseiros: os hábitos de isolamento que alguns moradores de MT levam para 2022

Foto: Reprodução

Do cultivo de plantas aos pães caseiros: os hábitos de isolamento que alguns moradores de MT levam para 2022
A pandemia do novo coronavírus incentivou a adoção de alguns hábitos coletivos, apesar de individualizados em meio ao isolamento social imposto — em especial no ano passado. Não era muito difícil encontrar no Instagram algum amigo ou familiar que passou a fazer pão caseiro em casa, comprou plantas para cuidar, adotou algum bichinho que precisava de cuidados ou fez uma reforma ao melhor estilo “faça-você-mesmo”.

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Apesar da chegada de variantes, como a ômicron, a esperança popular para 2022 é um cenário muito mais brando quanto a infeção por covid-19 e o retorno intenso das atividades pré-pandemia. Com ou sem esse cenário, moradores de Cuiabá e região levam para o próximo ano esses hábitos adotados durante este período.



Júlia Mux trabalhava fazendo fotos de família, inclusive partos normais. Entretanto, com a chegada da pandemia do novo coronavírus, passou a não se sentir tão segura e resolveu pausar suas atividades. Influenciada pelas avós, ela passou a procurar sobre como cuidar de plantas, quatro anos após uma tentativa frustrada com as primeiras mudas, e não demorou muito para que dominasse as habilidades necessárias.

Do cuidado de plantas surgiu a necessidade de se criar um negócio próprio por não encontrar as mudas que gostaria de plantar em casa. Assim, surgiu a Varanda Botânica que, nos últimos seis meses, tem conquistado tanto os iniciantes, que procuram pela jibóia, quanto aqueles que estão cuidando de plantas há anos.

Uma das clientes de Júlia é Raiany Ferrari, de 28 anos, que mora atualmente na capital mato-grossense e é, inclusive. Ela começou a comprar durante a pandemia do novo coronavírus e, durante este período, adquiriu entre 20 a 25 plantas, motivada pela primeira casa, com os dois filhos e o marido.

 
A relação de Raiany com a natureza não se iniciou com as plantas espalhadas em casa, mas isso quando ainda morava em uma casa de barro em Alter do Chão, no Pará. “rodeada de floresta amazônica", como descreve em entrevista ao Olhar Conceito. “Então era mais a floresta cuidando de mim do que eu dela", conta.

Enquanto Júlia e Raiany se aventuravam com as plantas, Thalita  Araújo, de 36 anos, apostou nos pães. As primeiras fermentações aconteceram logo no início da pandemia, quando ainda existia um pensamento de que era necessário se ocupar durante o isolamento. Para Thalita, tal pensamento foi coletivo e as redes sociais também acabaram influenciando um ou outro.



Moradora de Rondonópolis (a 218 km de Cuiabá), ela sempre teve uma boa relação com a cozinha, mas os pães não eram algo que ela se dava bem. O cenário mudou quando fez o pão de 10 dobras, que estava famoso no Instagram, segundo ela. Deste momento em diante, não parou e fez diversos tipos, inclusive panettone.

Ao contrário do caminho de que muitos seguiram neste período, transformar o hobby em um negócio foi apenas cogitado e nunca levado para frente. Algumas pessoas chegaram a pedir para comprar, mas a agenda de Thalita, tanto trabalho como os filhos pequenos, fez com que ela não levasse para frente algo que, segundo a própria, ainda está aprendendo.

Raiany acredita que a pandemia do novo coronavírus fez com que a “ficha” caísse para muitas pessoas, que passaram a ter “a percepção de que a gente não tem controle de tudo. Que se não tentar agora o tempo se esvai”. No caso de Raiany, a plantas é algo que ela levará para a vida.

Um fator que para Júlia influenciou na procura por plantas neste período pandêmico é que muitos passaram a ficar em casa, e consequentemente, com mais tempo para cuidar do lar. Além disso, ela acredita que as plantas são uma forma de dedicação e busca de relaxamento.

“Eu acredito que o fato de termos ficado isolados em casa — pelo menos quem ficou — deu uma motivação para a gente fazer algo diferente. Supríamos a busca com algo diferente no dia a dia saindo de casa, se divertindo com os amigos, mas quando a gente se viu em uma situação que paramos de sair e receber pessoas em casa, fazer coisas diferentes da rotina, fui buscar algo para me tirar das atividades que me fazem todos os dias”.
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