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Segunda-feira, 18 de março de 2024

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Povo Haliti-Paresi aposta em etnoturismo de imersão para receber expedições que exploram modos de vida, aldeias, cachoeiras e cenários deslumbrantes

Foto: Acervo OPAN

Povo Haliti-Paresi aposta em etnoturismo de imersão para receber expedições que exploram modos de vida, aldeias, cachoeiras e cenários deslumbrantes
Vivenciar por alguns dias o modo de vida de uma comunidade indígena, conhecer aldeias, cachoeiras, histórias míticas, lugares sagrados, jogos tradicionais e cenários deslumbrantes em uma das regiões com maior diversidade de paisagens do mundo. Esta é a proposta de etnoturismo de imersão do povo Haliti-Paresi (MT), que está se preparando para receber viajantes em expedições experimentais, visando estruturar o turismo de base comunitária nas terras indígenas. Os interessados podem realizar a pré-inscrição no site do projeto, onde também há informações detalhadas sobre os dois roteiros disponíveis, bem como datas e valores.
 
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Cada roteiro prevê a experiência de uma semana nas Terras Indígenas Utiariti e Rio Formoso, sedes das associações Waymaré e Halitinã, nos municípios de Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra-MT – região entre Amazônia, Cerrado e as nascentes do Pantanal. 



O etnoturismo é uma das diretrizes do Plano de Gestão Territorial e Ambiental Haliti-Paresi, publicado em 2019. As famílias viram no turismo uma oportunidade essencial de valorização da cultura tradicional e fonte de renda.
 
Para o cacique da aldeia Wazare, Rony Walter Azoinayce, é importante e fundamental mostrar ao povo não indígena como as etnias são, vivem e pensam. E o turismo é o meio que pode possibilitar essa troca de vivência.


 
O Turismo de imersão já é realidade em algumas aldeias há alguns anos. Com a crescente procura por passeios nas cachoeiras, essa atividade teve que passar por reestruturações visando atender a demanda de público. Para além dos atrativos naturais, a ideia é proporcionar uma imersão e permanência um pouco mais duradoura nos territórios visitados.
 
Trata-se de uma prática que colabora com a proteção do meio ambiente e com a melhoria de vida das pessoas e a economia do lugar onde é praticada. A principal atração turística, neste contexto, é a própria possibilidade de imersão no modo de vida da comunidade.


 
Neste sentido, os visitantes ficarão hospedados nas hati (casas tradicionais) ou em locais para acampamento. As refeições serão elaboradas com ingredientes locais, combinando receitas tradicionais e regionais.
 
Haverá momentos para apresentar o modo de vida Haliti-Paresi por meio de exposições, conversas e atividades. Também estão previstas rodas de conversa de avaliação das vivências, para que todos possam compartilhar suas observações e sugestões.



As aldeias têm energia elétrica, banheiros e estrutura de lazer e descanso. Não há sinal de celular, mas para emergências é possível utilizar a conexão wi-fi das escolas.
 
As expedições experimentais são iniciativas no âmbito das ações estratégicas para a estruturação do turismo nas Terras Indígenas Haliti-Paresi, por meio da parceria com a The Nature Conservancy (TNC) e Operação Amazônia Nativa (OPAN) e com consultoria da ONG Garupa.

HALITI-PARESI

De acordo com dados do Instituto Socioambiental (2008), o povo Paresi (autodenominação Haliti) é um grupo com pouco mais de 2 mil pessoas. Eles falam uma língua da família Arawak, cujo representante mais próximo é o Enawenê-Nawê, falado em território mais ao norte.  Os vizinhos mais próximos são os Nambikwara (família Nambikwara) em áreas indígenas ao norte e sudoeste da porção Paresi.
 
Segundo a tradição Haliti, a humanidade surgiu quando um grupo de irmãos saiu do interior da terra, por uma fenda aberta por Toakaihoreenoharetse, Enorê (criador e Deus do Raio) na Ponte de Pedra, formação natural existente no rio Sucuriu-Winã, afluente do rio Arinos. Ao sair do interior da pedra onde viviam, descobriram o mundo externo e todos os rios, animais terrestres, pássaros, árvores e paisagens. 

Assim como no mito de criação, a história do povo Haliti-Paresi é marcada por encontros com o “mundo exterior”, desde a passagem com os bandeirantes até o encontro com a Operação Rondon. Eles sempre tiveram que articular com estes “mundos” para se manterem em suas terras – o etnoturismo é mais uma das estratégias encontradas neste sentido.
 
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