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Terça-feira, 15 de outubro de 2024

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DIA DAS MÃES

Criação neurocompatível e maternidade: mãe de duas crianças usa Instagram para espalhar informação

Foto: Reprodução

Criação neurocompatível e maternidade: mãe de duas crianças usa Instagram para espalhar informação
Quando decidiu ser mãe, a micropigmentadora Kimi Voinarovski, de 28 anos, percebeu que o “instinto materno” não brotaria como mágica e que seria preciso estudar para aprender sobre tudo que rodeia a maternidade. Pelo Instagram, Kimi começou a consumir conteúdo sobre criação neurocompatível, amamentação em livre demanda, parto respeitoso e introdução alimentar. 


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Ela e o marido decidiram ter o primeiro filho com cinco anos de relacionamento, mas ela explica que o desejo de ser mãe sempre existiu. Quando era criança, Kimi sonhava em ser babá “quando crescesse”. A gestação chegou com a sede de conhecimento sobre maternidade. 

“Por sempre gostar desse assunto, acabava consumindo esse tipo de conteúdo mesmo ainda não sendo mãe. Mas assim que decidi engravidar fiquei focada ainda mais em ler sobre para olhar além do que é romantizado e para me preparar para as dificuldades que poderiam surgir”. 

Assim que começou a ler sobre as questões que atravessam a maternidade, Kimi entendeu que o tão falado “instinto materno” não existia. Apesar de não haver um manual que ensine a ser “uma boa mãe”, ela explica que o conhecimento pode amenizar a culpa materna, por exemplo. 

“Nós devemos sim nos preparar, por mais que a realidade muitas vezes atropela qualquer teoria. A maternidade está longe de ser um comercial de TV. Estudar para ter um parto respeitoso, amamentar e a criar uma criança com respeito é o que vai diferenciar de uma maternidade mais leve para aquela que a mulher caiu de paraquedas na situação”. 

Hoje, Kimi usa o perfil no Instagram para espalhar as mesmas informações que ela buscou quando decidiu engravidar. O ato de mostrar a “maternidade real” fez com que ela começasse a receber muitos relatos de mulheres que estão angustiadas com questões sobre amamentação e parto, por exemplo. 

“Minha rede social sempre foi como um grande diário, onde exponho minha realidade. Isso se intensificou muito com a maternidade. Cada vez que eu mostrava uma dificuldade sempre era muito acolhida, me sentia pertencente e que não estava passando por aquilo sozinha. Fazendo com que muitas mães pudessem amamentar, ter uma maternidade mais leve e até mesmo partos respeitosos”. 
 

Ser mãe é trabalho em tempo integral 

A micropigmentadora, que além de Ravi é mãe de Yumi, revela que sonha com o reconhecimento da maternidade como um dos trabalhos mais difíceis de serem exercidos. Acostumada a se dividir entre a rotina com os filhos e a profissão, Kimi brinca que muitas vezes o momento de atender as clientes é o que mais se assemelha a um “descanso”. 

“Meu trabalho como mãe é extremamente exaustivo e ao mesmo tempo recompensador. Sou extremamente grata por acompanhar de perto cada pequeno detalhe no dia a dia dos dois e ainda poder atuar em uma área que eu amo. Inclusive foi graças ao meu filho mais velho e a vontade de estar mais presente, que me fez seguir nesse ramo”. 

Kimi reconhece que as mulheres ainda buscam mais informações sobre a criação de filhos que os homens. Apesar de reconhecer que muitos cumprem o papel de pai, o ato de estudar e pesquisar sobre as questões que envolvem a rotina das crianças ainda gera sobrecarga materna. 


Kimi conta que sempre desejou ser mãe e hoje, ao lado do marido, se divide entre a maternidade e o amor pela profissão. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Eu, particularmente, não conheço um homem que por conta própria decidiu se informar sem a mulher induzir. É aí que entra a sobrecarga materna, porque a mulher passa o dia estudando, planejando, antecipando, e realizando tudo. Essa é a parte onde mais vejo mães adoecendo. O cansaço maior de uma mãe não está no físico, mas no mental”. 

Para a micropigmentadora, muitas vezes, uma mãe pode terminar o dia com compromissos que não puderam ser cumpridos. Nesses momentos, o segredo é viver um dia de cada vez. 

“Costumam me perguntar como eu dou conta de trabalhar fora, trabalhar em casa, ser mãe de dois, ser esposa e ainda ter tempo para lazer. A verdade é que nem eu e nenhuma mãe no mundo dá conta de tudo e está tudo bem. Terminamos nosso dia com mil coisas que ficaram por fazer, e com outras que foram feitas perfeitamente”. 

Apesar das dificuldades que atravessam a maternidade de Kimi, ela afirma que busca cada vez mais informações para que os filhos cresçam livres e felizes. 

“Pra mim hoje, o que mais desejo é ver meus filhos crescendo confiantes, autênticos, respeitosos com as pessoas e acima de tudo com eles mesmos. Quero meus filhos livres para serem felizes com suas escolhas”.
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