Inspirado pelo momento em que as luzes do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (RJ), se apagaram em apoio ao episódio de racismo sofrido pelo jogador Vini Jr, o artista plástico cuiabano Diego Saporski, criou um boné que replica a imagem em que um dos principais pontos turísticos do Brasil se apagou.
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Durante partida entre Valencia e Real Madrid, em 21 de maio, Vini Jr foi xingado de "macaco" repetidas vezes pelos torcedores do Valencia. Não foi a primeira vez que o jogador foi vítima de racismo na Espanha. Diego conta que a fotografia do Cristo Redentor apagado fez com que ele ficasse impressionado.
Ele conta que logo pensou em fazer um desenho especial sobre a situação, mas por estar com encomendas, não conseguiu executar o projeto. Por coincidência, um dos clientes entrou em contato pedindo um boné que estampasse a cena.
"Perguntou se eu conseguiria fazer e eu disse que tentaria, porque replicar essa imagem não seria fácil, são muitos detalhes. Pedi para ele esperar passar tudo para o boné e mostraria para ele. Quando ele viu, se apaixonou. É um boné que além de ser muito significativo, está cheio de sentimento de que o racismo não tem mais vez".
Para Diego, que também é jornalista e advogado, o episódio de racismo sofrido por Vini Jr e o Cristo Redentor apagado expressam a importância da luta antiracista. O boné criado coma imagem emblemática do Cristo Redentor apagado é uma peça única do artista.
Diego explicou que a imagem do Cristo Redentor apagado chamou atenção e, por isso, decidiu transformar a cena em arte no boné. (Foto: Arquivo pessoal)
"Penso que a arte tem sempre que estar andando com a atualidade e com tudo que acontece ao seu redor. Busco sempre explorar fatos que estejam em discussão como o caso do jogador Vini Jr. Transformar algo tão triste num sentimento de superação é incrível”.
O artista plástico começou a criar os bonés durante a pandemia da covid-19, enquanto estava trabalhando de casa. Diego conta que pintava desde criança, mas a transição das folhas de papel para o tecido aconteceu apenas na fase adulta.
"Comecei a passar para o tecido, porque já tinha em mente que queria fazer em bonés. Por estar em casa, tive o tempo que não tive no passado. Na pandemia consegui estudar mais para poder desenvolver esse trabalho".
O primeiro boné criado foi nomeado como "Seja Luz", inspirado em uma música da cantora mexicana Thalía. Quando "tomou coragem", como define Diego, para expor as peças nas redes sociais a recepção dos seguidores surpreendeu. "Quando você é artista, você tem medo do que as pessoas vão pensar da sua arte. Mas tive coragem e o boné bombou. Já fiz uma coleção especial para uma hamburgueria de São Paulo, fiz inspirado na Copa do Mundo, inspirada em heróis dos anos 90, fiz em seguida a coleção Diamantes".