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Terça-feira, 15 de outubro de 2024

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terapia durante pandemia

Moradora de VG se apaixona por suculentas no Japão e abre viveiro especializado

Foto: Olhar Direto

Moradora de VG se apaixona por suculentas no Japão e abre viveiro especializado
As plantas do tipo suculentas apareceram na vida da várzea-grandense Jessica Watanabe, de 31 anos, enquanto ela atravessava a pandemia da covid-19 no Japão, onde morou com o marido entre 2019 e 2021. A alta taxa de contaminação e mortalidade do vírus, que se espalhou rapidamente pelo mundo, levou aos passeios de bicicleta, fosse para ver as fachadas das lojas ou para respirar o ar da praia de Makinohara, em Shizuoka-ken. 


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"Com a pandemia cortou tudo. Lá já era muito severo por causa da Influenza, a gente já tinha que seguir cuidados básicos como a máscara e limpar as compras com álcool. Estava na época da Influenza quando começou a covid-19. Ficamos muito tempo sem ver a família, eu não podia nem ir ao mercado". 

Apesar de nunca ter se interessado por plantas, a quarentena intensa e o sentimento de solidão que crescia durante a pandemia fizeram com que ela buscasse por novos hobbies. Foi assim que ela encontrou um grupo virtual de pessoas que cultivavam suculentas no Japão e se apaixonou pela espécie. 

"Lá é muito comum as pessoas terem suculentas, entrei em um grupo do Japão sobre suculentas. Comecei a conversar e conheci uma amiga, a Alessandra, ela me disse que ia mandar mudas porque ela tinha muitas. Isso foi em 2020. Minha amiga começou a mandar direto caixinha de suculentas para mim. Para mim foi uma terapia, eu vendo, mas é muito bom cuidar delas todo dia". 

Jessica diz ser encantada pelas particularidades das suculentas que cria no quintal de casa em VG. (Foto: Olhar Direto)

No Japão, o marido de Jessica trabalhava na fábrica da Suzuki, onde costumava passar a maior parte do dia enquanto ela ficava na companhia das suculentas. O casal decidiu voltar para o Brasil depois da descoberta da segunda gravidez. 

"Achei que seria difícil o pós-parto lá, sem família. Eu tinha uma tia lá, mas era muito corrido para ela também. Voltamos e conseguimos comprar uma casa aqui em Várzea Grande. Nós voltamos do Japão em 2021". 

Jessica tem descendência japonesa por conta do pai, que ainda vive no Japão. Ela e o marido não pretendem voltar para morar no país, apesar de terem vontade de planejar algumas visitas para passear em terras japonesas. 

Quando ela e o marido voltaram para Várzea Grande, conseguiram encontrar uma casa com quintal e o espaço perfeito para que ela construísse uma estufa para criar as suculentas. Os dois filhos nasceram em Mato Grosso, sendo que a primogênita morou no Japão com os pais até o retorno para Várzea Grande. 

"Meu marido sempre falou que eu poderia vender as suculentas. Quando mudamos para cá, disse que faria o espaço para começar a vender e ele me apoiou. Essa casa foi prioridade tanto para ter o canto para as plantas quanto para as crianças poderem crescer com espaço". 

Criação da Sol Nascente Suculentas 

Com o apoio do marido e uma casa propícia para abrigar a estufa de suculentas, Jessica decidiu investir para transformar o hobby em uma fonte de renda. Ela brinca que a avó já chegou a questionar o motivo da neta não cultivar folhagens, mas Jessica explica que sempre foi encantada pelas suculentas. 

"Quando mudamos eu tentei deixar as folhagens aqui, mas não deu certo e aqui na estufa elas não aguentam o calor. Sou encantada por tudo nas suculentas, elas são lindas. As vezes chego aqui e tiro algumas para mim depois de chegar. Tenho as minhas aqui, que não estão a venda". 

Uma das mudas que fazem parte da coleção particular de Jessica veio com ela do Japão, ela explica que, até hoje, ainda não conseguiu descobrir a espécie da suculenta que trouxe com ela na mudança. As plantas respondem bem ao calor e ao tempo seco de Mato Grosso. 

Muda feita com suculenta que foi trazida do Japão quando ela e o marido deixaram o país para voltar para VG. (Foto: Olhar Direto) 

"Não molho todos os dias, venho aqui e vejo se os vasos estão secos. A terra solta do vaso e faz um barulho. Eu deixo elas pedirem água mesmo, quanto mais elas pedem água, mais as cores aparecerem por conta do stress da falta de água. As que exigem mais água ficam pedindo, porque é difícil de cuidar uma por uma, então essas ficam pedindo um pouquinho mais de tempo que as outras". 

Além do perfil no Instagram, Jessica também tem um grupo no Whatsapp, que está sempre aberto para receber novos colecionadores de suculentas ou apenas curiosos com essa espécie de planta. Ela conta que o nome "Sol Nascente" foi ideia do marido, como uma forma de homenagear a descendência dela. 

"Como aqui é muito fechado, geralmente as pessoas ligam pedindo para vir ver. Eu tenho um grupo no  Whatsapp de venda também, os clientes pedem por lá e vem buscar. Sol Nascente foi uma ideia do meu marido, justamente para homenagear o Japão. Decidimos colocar esse nome. Meu marido me incentivou muito a ter esse espaço". 

Os filhos do casal, uma menina de seis anos e um menino de dois, também já se afeiçoaram as suculentas criadas no quintal. Jessica conta que quando novas plantas chegam, a filha se apressa para escolher uma para ela. 

"Minha menina tem várias aqui que ela mesma planta e cuida. Ela chega aqui: 'mãe, essa é muito linda, queria para mim'. Meu menino vem para tentar ajudar, mas as vezes ele estraga ou come. É bom para eles crescer com essa relação com as plantas. Eu encho um regador de água e ele sai regando. Hoje considero que trabalho com algo que me faz muito feliz, eu amo ficar aqui cuidando delas". 

 
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