O mistério e o fascínio das raposas, animal repleto de simbolismo que já foi retratado em obras como "O Pequeno Príncipe", capturaram a atenção da artista plástica Anna Marimon. Após investigar profundamente as diversas espécies que existentes pelo mundo, Marimon traçou um imaginário colorido em desenheios feitos à mão que serão leiloados na próxima terça-feira (30), às 19h, na Casa do Centro, na Praça da Mandioca, em Cuiabá.
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O evento, realizado pelo Circo Leite de Pedras, foi batizado de “Raposas Fabulosas" e apresenta a coletânea de desenhos da artista, que se aventura em um novo processo artístico para somar aos seus mais de 50 anos de carreira.
Na pintura e desenho, Marimon já passou pelo surrealismo e cubismo, sempre imprimindo seu próprio estilo e narrando o mundo que a cerca, das paisagens do cerrado aos mitos e contos populares. Sobre a nova série, centrada nas raposas, ela explica que sempre as percebeu como a personificação de algo espiritual e poderoso.
“Por serem tão resistentes e recorrentes em todos os territórios do planeta, e a despeito das condições mais adversas, sobreviveram a milênios de perseguição. Pedradas, vilipendiadas e amaldiçoadas pelos mitos ocidentais são elas um animal maravilhoso disseminador de sementes, propiciando a abundância da natureza, dos bosques e dos campos”, explica.
Desmistificar o imaginário negativo com relação ao animal é um dos objetivos da mostra “Raposas Fabulosas”. “No oriente, as raposas são cultuadas como animais sagrados que trazem sorte e prosperidade. A mais famosa é Kitsune, a raposa de mil anos com nove caudas e muita sabedoria. Nas colinas de Tama, no Japão, ainda podemos encontrar vestígios desses templos dedicados a elas”, conta Marimon.
Além do leilão de arte, a programação da noite conta com performance, música e poesia, com a participação de nomes já conhecidos na cultura local: Afra Catarse, Caio Mattoso, o grupo musical Os viralatas, o poeta Luís Renato, e Júlio Carcará, ator e diretor do Circo Leite de Pedras, responsável pela produção do evento. “O palco também estará aberto para quem quiser soltar o verbo, cantar e poetizar”, reforça Anna.