Olhar Conceito

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Cinema

nos cinemas

O papel da princesa, a maldade e a humanização dos vilões em "Malévola"

Foto: Reprodução

Cena do filme

Cena do filme

O bom e o mal, apesar de conceitos relativos, estão enraizados na nossa sociedade há muito tempo. Desde muito antes de cristo, as religiões dividem-se nos anjos e demônios, nos deuses e nos senhores das trevas. Como em vários tipos de literatura, os contos de fadas também refletem esta mentalidade maniqueísta: Temos as princesas, os príncipes, os guardiões da ordem e da paz e, do outro lado, as bruxas, os usurpadores e renegados.

Leia mais: Concurso escolhe curta para ser exibido no Cinemark para 1 milhão de espectadores
Arte e moda se fundem em Maleficient

Mas não é de hoje que os próprios contos infato-juvenis colocam este conceito de “bem” e “mal” em questão. É o caso do novo longa-metragem da Disney, “Malévola”, estrelado por Angelina Jolie e Elle Fanning. A vilã do clássico “A Bela Adormecida” ganha destaque na produção e, mais que isso, profundidade. No filme, acompanhamos a história de Malévola desde a infância, passando pela adolescência e, nesse percurso, entendemos porque ela ficou “má”.

Mas a verdade é que, nestas novas produções, nada é tão simples quanto o “bom” e o “mal”. Na realidade, as criaturas fantásticas, como é o caso de Malévola, que é uma fada, tem características extremamente humanas, enquanto outros personagens, como o Rei Stephan, deixam toda a sua humanidade de lado em nome do poder e da ambição.



Mostrar o lado dos “vilões”, explicando que, na verdade, a maldade é somente uma questão de perspectiva, não é uma novidade. No musical “Wicked: The untold story of the witches of Oz” (Wicked: A história não contada sobre as bruxas de Oz), vemos uma outra história sobre a bruxa má do oeste e, ao saber dos detalhes, não podemos exatamente chamá-la de “má”.

Em “Frozen, uma aventura congelante”, umas das produções mais bem sucedidas da Disney de 2013, também nos deparamos com uma vilã: Elsa, embora não seja extamente má, ganha esta fama por seus poderes, por seu medo de ser diferente dos outros e recusa de que as pessoas cheguem perto dela. E dando continuidade a tradição de “Frozen”, Malévola também traz outra definição de conto de fada: As princesas que, apesar de terem seus príncipes, não são definidas por eles.

Aurora, no desenho de 1959, só acorda de sua maldição com o “beijo do amor verdadeiro” do príncipe Philip. E Aurora só havia conhecido Philip alguns dias antes. Conversaram somente por alguns instantes. No filme “Malévola”, o príncipe está presente, mas não para salvar o dia. Aurora não descarta o companheiro, mas não precisa de noções distorcidas de amor para ser salva. Na verdade, é neste momento do longa que vemos tanto o crescimento pessoal de Malévola, quanto o de Aurora.



Apesar de ter sido amaldiçoada pela “Fada Madrinha”, Aurora mostra a Malévola um outro lado dos humanos que ela não considerava existente: A bondade, o carinho e o amor. Elas aprendem a amar e perdoar umas com as outras ao longo dos anos.

A produção cumpriu o que prometeu: Mostrou um lado humanizado da vilã e, mais que isso, mostrou que príncipes são bem vindos, mas que eles não vão necessariamente salvar o dia. E, mais que isso: O bem e o mal são apenas pontos de vista.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet