Olhar Conceito

Quarta-feira, 17 de abril de 2024

Notícias | Cinema

The notebook

Dez anos de "Diário de uma paixão": a maior bilheteria de Sparks que ainda derrete nossos corações

Foto: Reprodução

Dez anos de
(O texto a seguir contém informações essenciais da trama.)

Há exatos dez anos, dia 25 de junho de 2004, era lançado o filme que seria o de maior bilheteria dentre os romances de Nicholas Sparks. “The Notebook”, em português “Diário de uma Paixão”, até hoje, rendeu mais de 81 milhões de dólares nos cinemas. Quando ajustado à inflação atual, o valor sobe para quase 104 milhões.

Leia mais: Curtas, médias e longas lotam programação do Sesc Arsenal a partir de quinta-feira

Dentre diversas críticas, resenhas e prêmios, o sucesso do filme é inegável. Com Ryan Gosling no papel de Noah Calhoun e Rachel McAdams como Allie Hamilton, a história segue a mesma linha de todos os romances de Sparks: um casal se conhece - se apaixonam - algo de ruim acontece e eles se separam – os dois se reencontram – final feliz. No entanto, “Diário de uma paixão” traz um ‘algo a mais’ inexplicável. O casal de atores ganhou, inclusive, o prêmio de "melhor beijo" no MTV movie awards de 2005:



O filme começa com Noah já idoso, cuidando de Allie em uma casa de repouso. Ela, com Alzheimer, lembra-se do marido de vez em quando, depois que ele lê a história dos dois em um diário que ela escreveu no começo da doença. A última frase é clara: “Leia para mim e eu voltarei para você.”



No entanto, só sabemos que o homem que lê a história é também o personagem no meio do filme. Vamos à trama: uma garota de férias no interior. Um menino que mora por ali se apaixona por ela, e faz tudo para conquistá-la (até mesmo ficar pendurado em uma roda-gigante para que a menina aceite sair com ele). Ela, depois de alguns dias, cede aos encantos do interiorano. Eles se apaixonam.

A partir daí as cenas são feitas para seduzir o espectador: os dois andando pelo parque, tomando sorvete, fazendo juras de amor enquanto tomam banho de mar. A “quase” primeira vez de Allie é em uma velha mansão abandonada. Nesta noite, ela pede a Noah que a reforme e construa uma grande casa branca, com janelas azuis, toda avarandada.



A noite é interrompida porque os pais da garota estão desesperados com seu “sumiço” às duas da manhã. Então, começam os problemas. Os pais de Allie não aprovam seu relacionamento com um homem de classe social inferior, e resolvem ir embora da cidade antes do combinado. Para piorar, Allie – que morava perto da cidade de Noah – vai se mudar para Nova York para estudar.

Na noite anterior à partida de Allie, os dois brigam e Noah acredita que tudo está terminado. No entanto, ele passa o próximo ano escrevendo uma carta por dia para a amada, todas sem resposta.

O tempo passa, Noah vai lutar na guerra e Allie vai trabalhar como enfermeira. Lá, ela encontra um novo “amor”, Casanova. Ele é tudo o que seus pais sonharam, mas quando ela aceita o pedido de casamento “o rosto de Noah vem à sua mente”.
São 14 anos de separação até que Allie volta à cidade onde conheceu Noah e o reencontra. Ele está agora morando na casa branca, avarandada, de janelas azuis. Exatamente como ela tinha pedido.



O que parece ser apenas um “encontro casual” e algo para reafirmar o amor de Allie por Casanova transforma-se em um renascimento do amor, na cena mais famosa do filme:

Os dois estão andando de barco em um lago, rodeados por cisnes. Falam sobre como eles mudaram, e sobre o tempo que passou. De repente, começa a chover e eles chegam ao píer:

“Allie: Por que você não me escreveu?Por que?Pra mim ainda não tinha acabado.Eu esperei por sete anos e agora é tarde demais.
Noah: Eu escrevi.
Allie: Você...você escreveu?
Noah: Sim,eu escrevi 365 cartas,uma por dia durante um ano e não tinha acabado.Ainda não acabou.”




A volta dos dois ainda é marcada pela entrega de todas as cartas pela mãe da Allie, que as tinha escondido, pela dúvida dela em ficar com Noah ou com Casanova e, então, pela volta da garota, com as malas na mão e um sorriso de canto de boca.
Mas não importa. A essa altura, já sabemos que os dois ficaram juntos, pois Noah está na casa de repousos – aquela que ele construiu para Allie – cuidando dela. E ela se lembra, por alguns segundos, de sua história.

O final é ainda mais melodramático e marcante: O casal morre junto. São encontrados abraçados em uma cama da casa. O último diálogo dos dois traz a carga ainda mais emocional:

“Allie: Você acredita que nosso amor é capaz de fazer milagres?
Noah: Claro.É ele que traz você de volta pra mim todos os dias.
Allie: Será que nosso amor seria capaz de nos levar juntos?
Noah: Nosso amor é capaz de fazer qualquer coisa”


Depois de dez anos, é fácil entender o sucesso deste filme que, mesmo sendo direcionado ao público feminino, faz sucesso com quase todos os que assistem. Anne Hellen Pettersen, escritora do BuzzFeed, classifica-o como uma “pornografia emocional”. Com suas palavras:

“Assim como muitos homens (e algumas mulheres) usam a pornografia como uma substituição da intimidade física, propagando ideais sexuais e psicológicas irreais neste processo, muitas mulheres (e alguns homens) usam as narrativas de Sparks para substituir a falta de intimidade emocional e satisfação em suas próprias vidas e, como resultado, cultivam ideais irreais do que um relacionamento – e o amor – deveriam ser.”

Se assistir a romances faz mal ao cérebro e criam falsas expectativas eu não sei. Mas é melhor pensar nisso amanhã, e comemorar uma década de “Diário de uma paixão” assistindo ao melhor filme de Nicholas Sparks esta noite, com um pote de sorvete e um de lenços do lado.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet