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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Autores debatem sobre produção de séries e novelas em festival literário

Foto: (Foto: Daniel Corrá/G1)

Mesa neste domingo (13) contou com Sergio Goldenberg, Mario Prata e Sidney Rocha

Mesa neste domingo (13) contou com Sergio Goldenberg, Mario Prata e Sidney Rocha

Escritores e roteiristas responsáveis por obras de sucesso na televisão estiveram entre as principais atrações no encerramento do 8º Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura, neste domingo (12), no distrito de São Francisco Xavier em São José dos Campos. Em uma mesa que debateu o gênero da dramaturgia no país, convidados falaram sobre o processo de produção de série e telenovelas.

Intitulada “As várias máscaras da dramaturgia”, a mesa reuniu nomes como o escritor Mário Prata e o roteirista Sérgio Goldenberg, ambos com trabalhos na TV Globo reconhecidos pela crítica e pelo público. O escritor Sidney Rocha também fez parte da conversa, substituindo a diretora Grace Passô, que não pode comparecer ao evento.

Grande parte das perguntas do público foi relacionada à vocação da TV brasileira para produção de séries, abrindo espaço para análises de Goldenberg, que é responsável pelo roteiro das séries “O Canto da Sereia” (2013) e “Amores Roubados” (2014). “Acho que o fenômeno da tecnologia melhorou muito as TVs, passando do ‘tubão’ para aparelhos de plasma. Isso criou oportunidades e abriu espaço para se arriscar mais”, avaliou.

Sobre a vocação do Brasil para produção de séries, como há nos Estados Unidos, Goldenberg avaliou que produtores ainda estão estudando fórmulas e conhecendo melhor o público nacional. Produções como séries e minisséries tem ganhado cada vez mais espaço na TV aberta e paga no Brasil.

“A indústria americana tem outros parâmetros, lá é outro dinheiro. O público americano está acostumado com um formato que o episódio continua na semana que vem e a gente está começando a querer mudar isso aqui também”, afirmou.

Questões sociais
Abordados sobre as questões sociais que a telenovela propõe a debater, entre elas a homossexualidade, Mario Prata foi crítico quanto às polêmicas causadas em cima de cenas com beijo gay. “Fica essa insistência de beijo na boca, mas acho que existem formas muito mais bonitas de mostrar o amor entre homem e mulher, homem e homem, mulher e mulher. Mas já tivemos uma evolução imensa”, afirmou o autor de novelas de sucesso como Estúpido Cúpido (1976).

Na visão dos autores, parte do público ainda não é receptivo com determinados temas, e a abordagem precisa ser cuidadosa diante do alcance e influência da televisão. “Nós vemos a novela de um jeito, mas o público vê de outro, como folhetim mesmo, torce, se emociona e leva tudo aquilo muito a sério”, avalia Prata.

Por quase duas horas, os autores ainda debateram sobre ideologia e comercialização das obras de televisão. Ao final, Goldenberg fez questão de tocar nas raízes do festival e no fomento da literatura para as futuras gerações em mensagem direcionada ao público. “Queria só deixar um recado antes de encerrar: Leiam para seus filhos antes de dormir, leiam sempre e formem novos leitores para o nosso país”.
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