Um documentário sobre crianças com pais homossexuais foi proibido nas escolas do estado de Nova Gales do Sul, o mais populoso da Austrália. "Gayby Baby", que mostra a vida de quatro crianças que crescem junto a pais do mesmo sexo, seria divulgado nesta sexta-feira (28) para alunos do ensino médio como forma de promover o dia da diversidade e convivência.

A proibição foi determinada pelo ministro da Educação do estado, Adrian Piccoli, após a transmissão do filme repercutir na primeira página do jornal Sydney Daily Telegraph, um dos principais do país.

Com a polêmica, o documentário acabou proibido pelo menos durante o período de aulas.

"Ordenei que garantam que o filme não seja divulgado durante as horas de aula", declarou Piccoli.

O premiê de Nova Gales do Sul, Mike Baird, aplaudiu a decisão: "Compreendo a mensagem do filme, que é promover a tolerância, algo que apoio totalmente. Mas isso deve ser feito durante as horas de aula? Acho que não. Deveria ser facultativo? Acredito que sim", afirmou.

A diretora do documentário, Maya Newell, comentou nesta quinta-feira (27) sobre as reações ao seu trabalho, que foi classificado como "não recomendado" para menores de 15 anos, antes de estrear nos cinemas na próxima semana.

"Acreditamos firmemente que nosso filme é benéfico para todos os alunos", disse Maya Newell em seu perfil no Facebook.

O governo conservador do primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, é conhecido por se opor ao casamento homossexual, apesar do apoio crescente da opinião pública nacional.

Atualmente, na Austrália, os casais homossexuais podem assinar contratos de união civil e obter o reconhecimento de seu relacionamento na maioria dos estados.