A cerimônia de lançamento do programa Mato Grosso Criativo aconteceu na noite da última quinta-feira (17) no Palácio Paiaguás, em Cuiabá. Durante todo o dia, no entanto, a sede do governo Mato Grossense recebeu uma Feira de Economia Criativa com exposições de artes, negócios digitais e criações funcionais (pilares da economia criativa).
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A economia criativa, conceito criado em 1994 na Austrália, refere-se aos modelos de gestão que se originam em atividades que tem como principal recurso a criatividade, o capital intelectual e o valor simbólico-cultural que produz valor econômico.
Criado com a intervenção de cinco diferentes secretarias do governo, unindo cultura, educação, ciência e tecnologia, desenvolvimento econômico e trabalho e assistência social, além da parceria do SEBRAE/MT, o programa vem sendo desenvolvido deste o início do mandato atual.
Leandro Carvalho (Foto: Naiara Leonor / Olhar Direto)
Em entrevista, o Secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Leandro Carvalho, afirma que o tempo para a modelagem foi essencial: “Nós tiramos estes primeiros meses para modelar o programa, que foi feito a dez mãos. Cinco secretarias trabalharam de forma integrada para o desenvolvimento”, afirmou. Sobre as áreas que serão contempladas, ele explicou: “São os setores que tem como valor agregado a criatividade, como a gastronomia, design, moda, negócios digitais... áreas que precisam de suporte e infraestrutura para acontecer”.
Na prática, as ações desenvolvidas pelo programa serão a Criação de um Centro da Economia Criativa, o mapeamento do mercado de trabalho e das iniciativas criativas, a institucionalização da “Rede Criativa”, cursos e consultorias em negócios criativos, linhas de microcrédito para profissionais e empreendimentos criativos, a criação de núcleos regionais para atendimento aos empreendedores e empreendimentos do setor criativo no interior do Estado, a criação da categoria de economia criativa na Mostra Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, a incubação de empresas do setor criativo, a abertura de linhas de microcrédito para o associativismo em economia criativa e também a difusão do tema nas escolas.
Pedro Taques (Foto: Naiara Leonor / Olhar Direto)
O governador Pedro Taques, presente no evento, defendeu o projeto como fomentador: “é fazer com que a criatividade intelectual cultural possa ter um valor econômico agregado através das mais variadas áreas”, afirmou. Taques ainda defendeu a transversalidade do projeto, e disse que este trabalho em equipe mostra que seu governo não trabalha fechado em “caixinhas”.
Sobre o Centro de Economia Criativa, que funcionará no antigo prédio da Secretaria de Cultura, ele explicou que ainda não existe uma data para inauguração, mas estão trabalhando a questão orçamentária para reformar o prédio primeiro: “é importante também dizer que todas essas ações sejam levadas ao interior de Mato Grosso, porque nós temos que interiorizar este processo. Ligar o desenvolvimento à economia, à cultura, à ciência e tecnologia, para que estes instrumentos possam ter um valor econômico”.
Ainda em seu discurso formal, o governador citou Michelangelo, Steve Jobs, Mark Zuckerberg e Coco Chanel para mostrar que todos estes ‘criativos’ foram incentivados para que sua criação se tornasse tão grande. A partir disso, Taques afirmou que a seu governo “cabe ser menos atrapalhador e mais facilitador”.
Ainda sobre a importância da Economia Criativa, o superintendente do Sebrae MT, José Guilherme Barbosa Ribeiro, afirmou que ela é a saída para a crise econômica: “Países como Espanha buscaram na economia criativa a saída para a crise, pois gera emprego e a sociedade não fica contaminada pelo pessimismo”.
Creuza Medeiros (Foto: Naiara Leonor / Olhar Direto)
Pessimistas realmente os artistas não estão. Creuza Medeiros, jornalista e proprietária do Armazém da Creuza e do Espaço Magnólia, além de entusiasta da Economia Criativa e a cabeça por trás de projetos como a ‘Feirinha da 24’ (junto a Alexandre Cervi e Bianca Poppi), conta que tudo o que o governo prometeu, até agora, ele cumpriu: “Só de abrir o Palácio pra os criativos já mostra que a teoria está em harmonia com a prática. O secretário nos procurou, procurou todo mundo que está aqui, para ver quais eram as necessidades”, contou.