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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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LUCIAN FREUD

Arte do neto do criador da Psicanálise ganha exposição no Masp a partir do dia 27

Foto: Reprodução Internet

Lucian Freud gostava dos retratos em que os corpos de seus modelos acumulassem as marcas do tempo, como se retrocedessem à condição do puro barro humano

Lucian Freud gostava dos retratos em que os corpos de seus modelos acumulassem as marcas do tempo, como se retrocedessem à condição do puro barro humano

A partir do dia 27, o Museu de Arte de São Paulo (Masp), vai abrigar uma exposição do neto do criador da psicanálise, Lucian Freud. Ao que parece, ele fez o mesmo que seu avô fez pela mente ao incursionar por seu interior, só que com os corpos.

Na exposição “Corpos e Rostos” ele vai desnudando o interior deles ao colocá-los em uma posição desconfortável para examiná-los. Identificado como expressionista, rótulo que nunca aceitou, Lucian Freud (1922- 2011) passou a ser associado, em 1976, ao grupo figurativo batizado pelo pop Ronald Kitaj (1932-2007) como a "Escola de Londres", que abrigou pintores tão diferentes entre si como seus amigos Francis Bacon, Frank Auerbach e Leon Kossoff.

Lucian Freud gostava dos retratos em que os corpos de seus modelos acumulassem as marcas do tempo, como se retrocedessem à condição do puro barro humano. Sua última pintura, inacabada, Portrait of The Hound (2011), mostra o assistente David Dawson ao lado de Eli, o cão pertencente ao artista, como figuras amalgamadas, ambos sujeitos à degradação física - tema de todos os seus retratos, em que buscava a verdade, e não a aparência.

O curador da exposição que em novembro vai para o Paço Imperial, no Rio, Richard Riley disse ao jornal O Estado de São Paulo, que classifica a mostra como uma completa radiografia da obra de Freud, mesmo tendo apenas seis de suas pinturas de diferentes períodos - a atividade do artista atravessou nada menos do que seis décadas.

A mostra reúne ao todo 78 peças, das quais 44 gravuras (a maior parte do Museu de Arte Contemporânea de Caracas), um desenho (autorretrato de juventude) e 28 fotografias do ateliê de Freud por seu assistente David Dawson, um dos dois únicos amigos (o outro foi Cecil Beaton) autorizados a registrar seu cotidiano no estúdio londrino de Notting Hill, herdado por Dawson.

Riley adiantou ao jornal O Estado de São Paulo que estará na mostra também o polêmico retrato da jovem nua deitada na cama ao lado de um ovo colocado sobre uma mesa lateral, assim como a figura de um pássaro morto e um autorretrato do artista em crayon. "O foco da exposição é a gravura, pois Freud foi, além de pintor, um desenhista meticuloso." E metódico. Não passou um dia sem ir ao ateliê, exigindo pontualidade britânica de seus modelos.

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