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Sábado, 14 de dezembro de 2024

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Casal de cuiabanos viaja à Portugal para gravar trilogia sobre o cavaquinho; Saiba mais

Foto: Arquivo Pessoal

Casal de cuiabanos viaja à Portugal para gravar trilogia sobre o cavaquinho; Saiba mais
O casal cuiabano (uma de nascimento e outro de coração) Dewis Caldas e Aline Camargo partiram há algumas semanas para Portugal. Ele é jornalista, produtor e músico. Ela é publicitária, atriz e produtora. Juntos, ambos pretendem produzir um documentário dividido em três partes sobre a história do cavaquinho.


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De acordo com Dewis, passada uma semana de sua chegada em Portugal, a dupla já estava pronta para correr o país em busca de imagens, entrevistas, histórias e muito mais. “Nós inicialmente vamos ficar um ano aqui, contando com a gravação, edição e lançamento da trilogia sobre o cavaquinho”.

O produtor explicou que a escolha de fazer um documentário de três partes deve-se principalmente à riqueza da história do instrumento. “É um instrumento com muitos anos na bagagem. Somente uma trilogia para contar tudo, desde a origem ate a presença do instrumento atualmente”.

Os três filmes terão 52 minutos cada um. As gravações serão feitas em cinco regiões de Portugal, focando desde o aspecto folclórico do cavaquinho até a sua inserção na música portuguesa atual. “Será como a construção de um panorama específico sobre a influência do instrumento e a disseminação dele hoje em todo território português”, explicou Dewis.

Quando questionado sobre o porquê da escolha do cavaquinho como tema, Dewis traça um paralelo: “Se pensarmos que a música brasileira tem três pilares: o canto indígena, os ritmos africanos e a músicas oriundas da colonização europeia, vimos a dimensão da importância da música portuguesa na construção musical brasileira. O próprio cavaquinho brasileiro – que está presente em diversos géneros musicais, tanto antigos como atuais - é uma ramificação do cavaquinho português, que foi trazido pelos colonizadores em todo o processo do descobrimento até mesmo depois da independência do Brasil”.

O trabalho com a trilogia, mais que contar a história do cavaquinho, é também um projeto de pesquisa musical. “Eu não me considero um cineasta, mas sim um pesquisador que utiliza a ferramenta do documentário. Por isso minha relação com a música é tão ampla, porque tudo na verdade tem a ver com a pesquisa e o estudo sobre os gêneros musicais e as facetas da música”, disse Dewis.

Trilogia sobre o cavaquinho

O primeiro filme da trilogia será focado no surgimento do cavaquinho. De acordo com Dewis, esta origem concentrou-se na região do minho, próximo a cidade de Braga, onde foi expandindo-se.

Já na segunda parte, Dewis e Aline irão concentrar-se nos aspectos técnicos do instrumento: sua afinação, mutações estruturais ao longo dos anos, os tipos de palhetas, como é dedilhados e como os músicos o utilizam.

No capítulo final da trilogia, os produtores farão um apanhado sobre a presença do cavaquinho na música atual, do pop ao rock, sua presença na tv, no rádio e as iniciativas públicas e privadas para fortalecer este setor cultural.

Trabalho com a viola-de-cocho elétrica

Antes de irem para Portugal, Dewis e Aline desenvolveram vários outros trabalhos em Cuiabá. Proprietários e idealizadores da Maranhas Filmes, o último trabalho do casal teve como tema a viola de elétrica.

Este último projeto foi desenvolvido junto ao músico Caio Schlosser. “Há anos trabalho com o Caio, e inclusive, esta ideia de eletrificar e modificar a viola-de-cocho é uma coisa que acompanhei desde o inicio, desde a ideia. Assim, foi natural que a gente gravasse o documentário que conta o nascimento da viola-de-cocho elétrica”, conta Dewis.

O documentário começou a ser produzido com uma pesquisa sobre a viola-de-cocho. Segundo Dewis, os primeiros livros a citar a viola-de-cocho surgiram a partir da década de vinte. “Desde então muitos pesquisadores estudaram e evoluíram sua sonoridade, e acho que a guitarra-de-cocho amplia mais ainda. As entrevistas foram todas feitas com o Caio, porque a ideia do documentário é mostrar como surgiu o instrumento”.

O documentário sobre a viola-de-cocho ainda não tem data de lançamento definida. Mas quando for disponibilizada ao público, estará à venda em lojas de Cuiabá e também em cidades de Portugal. Confira abaixo a lista de trabalhos produzidas pela Maranhas Filmes: 

[2010] A sanfona de Tonny Cajazeira
[2011] A comunicação das bandas de Lambadão em Cuiabá e Várzea Grande
[2013] Mio Grande Sogno
[2013] La Strega di Stazema
[2013] Saudade
[2013] Maratea, Basilicata, Itália
[2013] CDM Song
[2013] Far Nordeste
[2013] “Óia eu aqui de novo” – Na terra de Luiz Gonzaga no ano do centenário
[2014] Manoel Barbeiro – um curta metragem sobre o tempo e a cidade
[2014] Tonny Cajazeira – O Astro do Maranhão
[2014] Na sala do compositor João Silva
[2014] Aberto de Xadrez Contaud
[2014] Napoli, Campagna, Itália
[2014] O nascimento da Guitarra-de-Cocho
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