Olhando obras tão significativas e belas, que representam a cultura cuiabana com veemência, é difícil acreditar. Mas o artista plastico Adriano Ferreira tinha vergonha de suas pinturas.
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O cuiabano sempre desenhou, e escolheu a arte gráfica como profissão. Entre peças no Corel Draw e Photoshop, sentia que faltava algo, mas não sabia o que. Foi há dez anos que pintou seu primeiro quadro: um grupo de peixes, que hoje está pendurado na parede de seu ateliê. Quando questionado se a ideia não deu certo, já que o presente foi devolvido, a resposta mostra que o future lhe traria grandes surpresas: “O quadro está aqui porque eu casei com ela!”.
Adriano cresceu respirando cultura. Seu avô construía violas de cocho, e de sua avó ele lembra da saia florida, que ficava na altura de seus olhos. Estes elementos estão claramente presentes em seus quadros desde que Adriano encontrou sua “identidade”, que tanto procurou no passado.
Após dar o presente para a namorada, o artista continuous pintanto às escondidas. Por não saber se era aquilo que queria passar, ou achar que seus sentimentos estavam expostos demais para que outras pessoas vissem, suas obras ficavam viradas ou corbertas em seu ateliê.
Um dia, porém, Adriano teve um estalo. Ele errou uma entrega em seu trabalho, sua moto quebrou enquanto voltava para casa, e, depois de fazer uma caminhada para chegar e sentar-se para descansar, a luz de sua casa foi cortada. Naquela noite, ainda, ele teve o sonho que mudaria sua vida para sempre. “Eu estava nadando no meio das tintas. Era tudo muito claro pra mim. Acordei de madrugada e fui pintar. Na manhã seguinte disse à minha esposa: eu vou viver da arte”.
A estrada era mais íngrime do que o artista previu. Dentre as dificuldades, no entanto, Adriano foi encontrando seu espaço e colocando em sua arte todo o sentiment. “Eu acho que meu diferencial é o amor. Tem gente com muito mais técnica do que eu, tem muita gente boa. Às vezes me pergunto: porque eu? E a resposta é: porque eu pinto o que amor”, resumiu.
A relação com a arte, no entanto, nem sempre é boa. Adriano conta que quando está criando ele entra dentro da tela, e começa a conversar com ela. “Às vezes ela fala coisas que eu não gusto, então eu xingo, brigo, e às vezes até quebro”. Para ele, a insatisfação com a própria obra é o motor do artista: “Eu nunca gosto de um quadro meu quando o termino. E é isso que me da vontade de continuar pintando e fazer outro melhor”.
No próximo mês, Adriano vai para Portugal em sua primeira exposição internacional. Convidado por uma casa de cultura de Portugal, a Perlimpimpim, o artista segue neste domingo (27), e expõe do dia 01 a 15 de agosto.
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