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Canoagem nos corixos do Pantanal possibilita safári na água e atividade física para turistas na cheia

Da Redação - Isabela Mercuri

O passeio começa após um café da manhã reforçado. A saída é às 8h da manhã, afinal de contas, no pantanal tudo acontece cedo. Todos sobem no caminhão usado para o safári e seguem para o Passo da Ema, onde os remos esperam pelos braços fortes e as canoas canadenses descansam às margens do corixo.

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A canoagem é uma das atividades na programação do Araras Eco Lodge, pousada que fica apenas a 132km de Cuiabá e é acessível pela rodovia Transpantaneira. Ao contrário do que acontece na alta temporada (de maio a setembro), na época de cheia o Pantanal fica recheado de novos canais, os corixos, disponíveis para nado ou atividades aquáticas como esta.

Antes de partir, o turista já pode se surpreender com uma multidão de papagaios e periquitos que habitam as redondezas do Passo da Ema. O guia, Francisval Mendes, mais conhecido como Tchaco Pantaneiro, explica que eles vem do projeto "Bichos da Mata".

Os pássaros foram resgatados de redes de contrabando de animais silvestres, e depois de passarem uma temporada em recuperação na Área de Soltura e Monitoramento Associação Bichos da Mata (BMATA) no município de Itanhaém (SP), ão trazidos de volta para a natureza. Os que têm origem pantaneira são soltos ali. 


Periquitos subindo nas pernas de um turista (Foto: Olhar Conceito)

“Eles ficam nos primeiros dias presos, ainda se acostumando. Depois as grades são abertas e eles vão saindo quando quiserem. No começo a gente dá comida também, mas vai tirando aos poucos para se acostumarem com a natureza”, explica Tchaco.

Para os turistas, a presença deles é a oportunidade de admirar de perto a beleza dos pássaros, já que alguns são tão dóceis que pousam nos ombros ou sobem pelas pernas. Mas nada de esperar que eles falem – essa é uma prática de quando estão em cativeiro, já que na natureza não são obrigados a conviver com humanos diariamente e repetir o que eles dizem.


Periquitos e Papagaio (Foto: Isabela Mercuri / Olhar Conceito)

A canoagem

É preciso ter coragem, determinação e certo condicionamento físico para descer e rio remando, pois na ida se rema contra a corrente. Quem prefere, pode escolher ter o guia como companhia – já que cada canoa comporta apenas duas pessoas.

No início, Tchaco já explica: o de trás é quem comanda a navegação. As remadas na direita levam a canoa para a esquerda e vice-versa, e se você não quiser cair, é bom ficar parado (sem brincadeiras dentro do barco e sem se levantar). O começo parece difícil, mas depois da primeira curva, quando a margem fica para trás e não é mais possível enxergar o píer, a casinha e nem mesmo os papagaios e periquitos, percebe-se que o passeio vale a pena.


Turistas ingleses fazendo canoagem (Foto: Isabela Mercuri / Olhar Conceito)

Quem está na frente da canoa também pode ajudar, remando para dar mais velocidade ao barco e aliviar um pouco os bíceps e tríceps do companheiro que está sentado atrás. Durante o percurso – cerca de uma hora e meia rio adentro – a paisagem convida a mais um safári, onde é possível observar pássaros, jacarés e até mesmo a vegetação local, tão específica daquela planície inundável.

No total, são cerca de um quilômetro de passeio, que acabam rapidamente e até mesmo antes do que o turista gostaria, não fosse o estômago que já reclama e se lembra que um belo almoço pantaneiro o aguarda na pousada.

Olhar Conceito participou do passeio a convite do Araras Eco Lodge. Mais informações no site da pousada (aqui). 
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