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Notícias / Literatura

Eduardo Mahon lança trilogia de haicais que une objetividade e ironia para 'provocar'

Da Redação - Isabela Mercuri

‘Meia palavra vasta’, ‘Palavra de amolar’ e ‘Palavrazia’ são os três livros de haicais do advogado e escritor Eduardo Mahon, lançados na noite da última terça-feira (26) no Museu Histórico de Mato Grosso. A trilogia, primeira de Mahon neste formato, vem – segundo o próprio –para provocar.

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Eduardo Mahon já havia escrito poesia em seu livro ‘Nevralgias’, lançado em 2012, mas foi para ‘Meia palavra vasta’ que começou a escrever haicais, forma poética de origem japonesa que une objetividade, concisão e, muitas vezes, ironia. “Eu gosto de provocar e eu gosto que o leitor me complete. Eu não gosto de final feliz, eu não gosto do que seja quadrado, eu gosto que o leitor me complete”, afirma o escritor. Para isso, ele deixa a interpretação por conta de quem o lê.

E a reação pode ou não ser boa. A jornalista e escritora Stéfanie Medeiros, depois de ler os três livros, contou que as reações podem ser diversas. “Mahon ou é oito ou é oitenta”, conta, lembrando de um dos haicais que não a agradou: “É o da celulite. Diz ‘há quem acredite em amor com celulite’. Mas tem uns muito bons. Meu livro é todo com as orelhas dobradas de alguns que eu gostei muito mesmo”.


Stéfanie Medeiros com a trilogia em mãos (Foto: Isabela Mercuri / Olhar Conceito)

Ainda com o anseio de que o leitor se perca e se encontre sozinho, Mahon afirma que não quis nem mesmo colocar numeração nas páginas. Com poemas curtos e de leitura rápida, apesar de crítica, ele comenta que também responde ao que o público pede. “Isso aqui eu acho que é a cara da moçada. Nada contra o Olavo Bilac, mas eu acho que não tem mais lugar o Olavo Bilac hoje. Porque eu acho que as pessoas querem a imediatividade e querem participar do texto. Aqui eles participam interpretanto”, afirma.

Produção

Para escrever a trilogia, Eduardo Mahon levou cerca de dois anos entre a produção e a revisão. O primeiro livro foi o ‘Meia palavra vasta’, mas o autor explica que não há ordem de leitura. “Meia palavra vasta foi o primeiro, então os haicais estão mais livres, e depois eu peguei a mão. A editora falou ‘Eduardo, você pegou a mão desse negócio’, então fizemos um livro mais crítico, que é o ‘Palavra de Amolar’ - o amolar no duplo sentido - e depois eu vou discutir o amor na poesia, desconstruindo isso, em ‘Palavrazia’. Dizendo que a poesia muito romântica me dá azia, e me dá mesmo”, explica.

‘Trilogia da palavra’ é a quarta publicação de Mahon, que lançou “Nevralgias” (2013), “Doutor Funéreo e outros contos de morte” (2014) e “O Cambista” (2015), todas as obras publicadas pela editora Carlini e Caniato Editorial. Além de advogado, o escritor é também imortal da Academia Mato-Grossense de Letras, instituição que presidiu de 2013 a 2015. (Veja onde comprar suas obras AQUI
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