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Notícias / Artes visuais

Obras de Babu78, Wlademir Dias-Pino e Silva Freire integram mostras do MACP a partir desta segunda

Da Redação - Isabela Mercuri

Duas exposições distintas, mas que se comunicam, acontecem a partir desta segunda-feira (22) no Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT. A partir das 20h, será realizada a abertura de ‘Cuiabá Abissal – Todos os Muros da Cidade’, com obras de Babu 78, e Cuiabá – Cidade Palatável”, uma homenagem a Silva Freire e Wlademir Dias-Pino. A união fica por conta da urbanidade presente nas obras de cada um deles. A mostra fica em cartaz até o dia 14 de junho, com visitação diária, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30.

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A curadoria da mostra de Babu é de Amanda e Willian Gama. As imagens são fotografias dos grafites que o artista faz a céu aberto, nos muros da cidade. “A mostra individual tem um Babu78 mais maduro, sensível e atento, resgatando com fotografias, pinturas e desenhos sua própria obra que vem sendo desenvolvida ao longo dos últimos dezenove anos”, conta Willian.

“Sobre o artista vale ressaltar que ele carrega consigo sua obra de protesto que, consciente e politizada, reflexiona a realidade cotidiana de uma sociedade aquém do centro. Denúncias postas em muros, telas, papéis ou qualquer superfície que possa sustentar o grito de apelo de quem vive à periferia da sorte e de seus direitos”, completa.

Já a filha do poeta Silva Freire, Larissa, e a viúva de Dias-Pino, Regina Pouchain e a coordenadora de Cultura da Procev, Thania Arruda, são responsáveis pela curadoria da segunda mostra.

Os dois artistas foram amigos em vida e, segundo Larissa, foi selecionado para a exposição o poema Campus de Universidade, de autoria do poeta Silva Freire. “A escolha foi motivada pela dupla celebração do terceiro século de uma cidade que inicia a abertura das comemorações do cinquentenário de sua universidade no ano de 2019”.

Silva Freire foi um poeta que vivenciou e sentiu o crescimento urbano durante o século XX, de modo que se transfigurou nela numa fusão entre o escritor e seu espaço de pertencimento. “Suas pesquisas poéticas, de abordagem etnográfica e sociológica, resultaram em um mapeamento memorialístico ‘rurbano’”. O poema Campus de Universidade foi publicado no Caderno de Cultura n.6. “Um convite para se pensar sentir e viver o campus que há na univer(cidade)”, diz a filha.

Regina Pouchain, por sua vez, explica que o pequeno conjunto de trabalhos apresentados celebra a partir de Wlademir Dias-Pino o Tricentenário da Cidade de Cuiabá, expandidos na mostra ‘O Olhar Cria Esquinas Para o Azul’, que desde dezembro de 2018 está no Museu de Arte e Cultura Popular. “O artista que a elegeu como sua cidade, onde passou parte da infância, a juventude, e 25 anos de maturidade, ao final de sua vida, manteve tatuada em seu corpo e no metabolismo deflagrado por sua memória afetiva, uma Cuiabá insular inúmeras vezes revisitada”, explica.

“Tentamos aqui instigar, dar a conhecer, algumas séries desse legado, em contraponto com a monumentalidade ainda tão desconhecida da singular produção de Wlademir: o pensador/artista e o artista/pensador – antes de tudo de conceitos nucleares intensivistas, tomados como ponto de partida e implícitos posteriormente em suas criações/intervenções: concretismo, poema conceito, poema/processo, poemas sem palavras gráficos e eletrônicos: contrapoemas/anfipoemas. Poeta enfim de uma energia tão enfática que atravessou quase todo o século XX e início do XXI”, declara.
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