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Cuiabana que vende roupas personalizadas em brechó é destaque na Elle Brasil

Da Redação - José Lucas Salvani

Cuiabana, Bianca Poppi, de 29 anos, conseguiu encontrar sucesso com um brechó online que vende roupas personalizadas em todo o país. O Brechó da Poppi surgiu após experiências pessoais de venda de peças em uma feira, em 2014, mas a relação de Bianca com a moda vem desde criança, quando ganhou uma máquina de costura de sua avó, que havia falecido. No último sábado (15), ela foi destaque na Elle Brasil.

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A cuiabana foi destaque em uma das principais revistas de moda e beleza do país justamente pelo fato de oferecer produtos personalizados que dão uma nova cara em peças antigas. Esta não é a primeira vez que Bianca é reconhecida nacionalmente – ela já saiu na Vogue Brasil, e acredita que é uma forma de validar seu trabalho, podendo atingir novos públicos.

A relação de Biana com a moda começou ainda muito jovem. Ela acredita ter uma certa influencia de seus pais, que apesar de não terem muita relação com a moda, sempre a influenciaram de algum modo. Talvez o lado criativo de Bianca, por exemplo, tenha sido herança de seu pai, que é arquiteto.



Ainda criança, ela herdou uma máquina de costura de sua avó, daquelas que necessitam de um pedal para poder funcionar. Já por volta de uns 13 anos, pediu para sua tia ensinar a costurar, e não demorou muito para que ela fizesse algumas peças, como ecobags, e vendesse em alguns eventos, mas o verdadeiro pontapé para o brechó ainda estava longe de ser dado.

Um pouco mais velha, Bianca ingressou na faculdade de jornalismo na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. Inicialmente, ela não tinha muita pretensão em verdadeiramente trabalhar com moda, então pensou que poderia se tornar uma jornalista especializada nessa área. Inclusive, enquanto cursava jornalismo na UFMT, ela ingressou no curso de Moda da Universidade de Cuiabá.



No fim, Poppi não terminou o curso de jornalismo, mas concluiu sua graduação em Moda. Durante a trajetória da criança que herdou uma máquina de costura da avó até o momento em que ela se formou em moda, Bianca descobriu um certo apreço por roupas de brechó. O motivo vai além de encontrar peças mais baratas e se costura com a variedade e possibilidade de encontrar roupas diferentes. Antes de iniciar seu próprio negócio, ela chegou ao ponto de consumir peças apenas de brechós.

Já em 2014, em fevereiro, ela, que havia saído da casa de seus pais, teve sua primeira experiência com venda de roupas em uma feira realizada no Espaço Magnólia, na rua 24 de outubro. Ela relembra que na data em que o evento foi realizado o dia foi bem atípico, com chuva do momento em que acordou até a hora que foi dormir. O evento meteorológico, entretanto, não foi um empecilho, visto que as pessoas estavam comprando suas roupas debaixo da chuva.



A decisão de personalizar suas peças com frases bordadas surgiu a partir de uma tentativa de transformar algumas peças de linho, feitas com tecidos e modelagens incríveis, como ela descreve, em algo mais atrativo aos jovens, para poder se comunicar melhor com eles. A tentativa deu certo, tanto que uma das frases que utilizou na época é usada até hoje: “vintage, porém moderna”.

As roupas garimpadas por Bianca são vindas de bazares beneficentes. Com a pandemia do novo coronavírus, ela optou por ficar sete meses sem garimpar novas peças e tentou vender as peças que tinha em casa. Posteriormente, ela passou a agendar suas visitas e brinca que deste modo “consegue ter paz”, já que as visitas são individuais, evitando estresses de competição com outras pessoas. Além, é claro, de ter mais biossegurança.



Atualmente com 29 anos, Bianca, que é mãe, mora em Belo Horizonte, Minas Gerais. Em entrevista ao Olhar Conceito, ela relata que saiu de Cuiabá “para crescer”, por não enxergar tantas possibilidades na capital mato-grossense. As poucas que existiam eram suficientes para pagar as contas, mas como ela buscava evoluir cada vez mais, optou por mudar-se para outra cidade.

"Em Cuiabá meu trabalho era insustentável. Apesar de a cidade ser riquíssima culturalmente e o estado ser rico financeiramente, a riqueza é desproporcionalmente distribuída. Os trabalhos são poucos e mal remunerados e os consumidores do meu trabalho eram pouquíssimos, porque no geral, o padrão vigente é muito conservador", conta.

O próximo projeto de Bianca é uma coleção infantil em parceria com a marca Zambinhas. A coleção está prevista para ser lançada ainda em junho. Siga o Brechó da Poppi no Instagram para acompanhar as novidades.
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