Apenas uma mulher transsexual foi eleita vereadora nas eleições municipais desse domingo (6), em Mato Grosso. Drika Lima (Cidadania), de 39 anos, se apresenta como "a candidata do esporte" e tem como base do discurso político a defesa das mulheres. Drika foi a única mulher eleita para a Câmara de Campo Novo do Parecis (a 400 km de Cuiabá), consagrada como a 2ª cidade com a produção agrícola mais relevante do Brasil.
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Além de ter sido a única mulher entre os oito homens eleitos em Campo Novo do Parecis, Drika foi a 5ª mais votada no município, com 666 votos. Apesar de ser a única transexual eleita em Mato Grosso, a pauta LGBTQIA+ não faz parte dos temas que Drika apresenta aos seguidores em seu perfil no Instagram.
Em um dos vídeos publicados por Drika, a nova vereadora de Campo Novo do Parecis recebe apoio do deputado federal Coronel Assis (União) que, no ano passado, repudiu uma paletra sobre respeito à diversidade e à população LGBTQIA+ na escola estadual Dr. Arthur Antunes Maciel, em Juína (MT), se referindo ao episódio como "doutrinação ideológica", além de posicionar como conservador.
Ela também coloca como proposta uma "cidade que cresça de maneira responsável e sustentável", ressaltando a importância de "cuidar da nossa gente". "Igual eu venci na vida, igual eu tive oportunidade, quero mostrar para essas pessoas que ela também merecem", afirma a candidata eleita em um dos vídeos.
Natural de Alagoas, ela mora em Juína há 15 anos, onde trabalho na seção de confeitaria do supermercado Big Master. "Quando Deus quer, ninguém impedirá. Trabalhei no Big Master durante 11 anos e tenho um grande respeito no Big Master, você pode chegar lá e perguntar 'Quem é a Drika?', dificilmente alguém vai falar mal de mim, se falar, a outra vai lá e defende.
De acordo com levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), os brasileiros elegeram 25 vereadores e vereadoras transsexuais nesse domingo (6). O número representa uma queda com relação a 2020, quando 30 pessoas trans foram eleitas.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram registradas 967 candidaturas trans no Brasil, sendo a primeira vez que os campos informar orientação sexual e identidade de gênero constaram no registro.