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Escola ministra curso "Cinema de um homem só" para quem quer aprender a fazer filmes sozinhos

De Brasília - Vinícius Tavares

Uma escola de cinema de Porto Alegre abre inscrições para um curso que pretende entender o processo de autores que realizam filmes sozinhos e instigar as possibilidades deste tipo de realização, seja ela documental, ficcional ou distinta de gêneros. O curso "Cinema de um homem Só", na Fluxo - Escola de Fotografia Expandida, ocorre de 10 a 13 de fevereiro na capital gaúcha. De acordo com o professor e cineasta Gustavo Spolidoro, o propósito é mostrar que todas as pessoas têm um potencial fílmico.

"Em 1948, o teórico Alexandre Astruc previu que um dia as câmeras estariam no bolso direito das calças. Essa hora chegou. Hoje em dia, todo mundo tem uma câmera em seu celular. Cabe a nós tirá-las do bolso e fazer filmes", explica o cineasta. Por isso, o curso é destinado a cineastas, artistas visuais, fotógrafos e todos os interessados em produção cinematográfica.

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O curso é teórico e pretende apresentar e analisar diversos filmes realizados por uma única pessoa, desde a pré-história do cinema até os dias de hoje, passando pela própria experiência do cineasta, que realizou um curta sozinho (Morro do Céu, 2009). Ficção, documentário, ensaio e novas formas narrativas e técnicas, estejam elas em diálogo com as artes visuais ou com o próprio cinema, serão abordados no curso.

"A história mostra que a vontade da realização individual gerou grandes marcos do cinema mundial. De Robert Flaherty (Nanook, o esquimó), passando por Jean Rouch (Eu, um negro) e chegando a Agnès Varda (Os Catadores e eu). São muitos os exemplos de um cinema que transcende modelos e permite uma criação econômica, livre e subjetiva", sustenta Spolidoro.

No curso, os alunos também irão conhecer vários exemplos brasileiros recentes de cineastas que utilizaram dispositivos de baixo custo e criatividade: em "Pacific", Marcelo Pedroso usou imagens que turistas fizeram em um cruzeiro.

Em "Doméstica", Gabriel Mascaro deu câmeras a jovens e pediu que filmassem o cotidiano de suas empregadas domésticas por uma semana. Em "Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te amo", as imagens captadas por Karim Aïnouz e Marcelo Gomes como pesquisa para outros filmes, acabaram virando uma das mais belas obras do cinema nacional.

Gustavo Spolidoro é um premiado curta-metragista gaúcho, formado em comunicação pela PUC-RS. É autor de Ainda Orangotangos (2007); Velinhas (1998); Outros (2000). Fez mais 12 curtas para cinema e TV, entre eles, o Início do Fim (2005), selecionado em 2006 para os festivais de Sundance e Roterdã. Foi produtor executivo de Cão sem Dono (2007), de Beto Brant. Desde 2005, é também um dos organizadores do festival Cine Esquema Novo. Atualmente é professor do Curso Superior de Tecnologia em Produção Audiovisual (TECCINE), na Faculdade de Comunicação Social, na PUC/RS, em Porto Alegre.
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