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03/07/2014 - 15:18

Barra que se vestiu de suíço para ver Argentina está clandestino no Brasil e é procurado pela polícia

ESPN

 O barra brava argentino que se vestiu de suíço para entrar na Arena Corinthians na última terça-feira para assistir ao jogo entre Argentina e Suíça está sendo procurado pela polícia brasileira. Bebote Álvarez, um dos mais temidos torcedores, chefe da organizada do Independiente, entrou ilegalmente no país para acompanhar a Copa do Mundo e será deportado imediatamente quando foi encontrado.

Pablo, como realmente se chama, simplesmente se disfarçou, foi ao estádio e depois tirou sarro das autoridades."Agradeço aos que me confiaram os ingressos para o jogo de hoje. Conseguimos essas entradas para celebrar: Bebote 2 x 0 Polícia Federal Argentina", disse ele por meio de seu Facebook - o 2 do "placar", no caso, é também porque já tinha driblado as autoridades no jogo contra a Nigéria.

"Ele entrou no Brasil pela fronteira com o Uruguai, sem fazer movimento migratório e está clandestino no país. Ele não passou por nossa delegacia em Santana do Livramento, como deveria ter feito, pois sabia que estava na lista dos impedidos. Ele está sendo procurado para ser deportado e também vai tomar uma multa. É um dos principais líderes, dos mais temidos", afirmou o chefe da Interpol no Brasil, Luiz Eduardo Navajas, ao ESPN.com.br.

"Ainda não recebemos os antecedentes criminais dele. Já solicitamos para a Argentina, mas ainda estamos aguardando. Ele não é considerado foragido, mas é procurado e será imediatamente deportado", completou.

Ao todo, 196 pessoas foram deportadas desde o início do Mundial, a maioria delas com problemas de documentação, como vistos e passaportes vencidos. Desses, 40 são barra bravas que fazem parte de uma lista de 2100 nomes elaborada pela polícia argentina, de torcedores que são proibidos de entrarem nos estádios no país vizinho.

Até agora, apenas uma operação mais especial foi feita sobre o tema. Em Belo Horizonte, com ajuda da Polícia Militar, agentes argentinos entraram no Mineirão e reconheceram membros de organizadas pelas câmeras de segurança e detiveram pelo menos 19 - apenas dois foram deportados, pois estavam ilegais no Brasil.

Quem é Bebote?

O histórico de Pablo "Bebote" Álvarez é peculiar. É o chefe da Hinchadas Unidas Argentinas (HUA), que reúne as organizadas do país para torcer pela seleção. Prometeu se candidatar à presidência do Independiente. Dizem ter sido o responsável pela inexplicável cena de cachorros enforcados nas redondezas do Estádio Libertadores da América com a queda inédita do clube à segunda divisão, em ameaça aos jogadores.

Para alimentar a fama, constantemente aparece com máscaras ou de capuz. Em outra oportunidade, abordou o secretário administrativo do Independiente, Claudio Cancio, dizendo que a torcida queria "pegá-lo". Na semana seguinte, o dirigente viu sua família ser mantida refém por uma hora, em roubo que lhe tomou 5 mil dólares. Cancio culpou os barras bravas. É Bebote quem controla a venda de ingressos do clube no mercado paralelo.

Pablo Álvarez negocia com ambulantes nos arredores do estádio do Independiente e permite o trabalho dos flanelinhas. Possui vasta coleção de camisas graças à amizade com jogadores. Medalhas de competições só dadas ao elenco também vão parar em suas mãos, como presentes. É investigado em seu país por acusação de coagir atletas. E certa vez jurou dar três tiros - dois na perna direita e um nos testículos - em Fabián Vargas se este fosse atuar no arquirrival Racing.

Em outras palavras, este é Bebote, personagem barra brava de passagem no Brasil para a Copa do Mundo.

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