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01/07/2014 - 15:23

Do Flamengo para a Suíça: brasileiro faz parte do staff do rival da Argentina

Globo Esporte

 O confronto em si contra a Argentina já seria o bastante para que os brasileiros torcessem para a Suíça nesta terça-feira, pelas oitavas de final da Copa do Mundo. Porém, para pelo menos quatro deles, há um motivo ainda mais especial: foi um mês inteiro de convivência - para alguns até um pouco mais - com a delegação suíça. Seja jogadores ou comissão técnica, o tempo junto com os helvéticos fará com que Stéphano, Edílson, Sílvia e Tânia torçam ainda mais por uma classificação histórica para as quartas de final. Eles são os brasileiros que integram o staff da Suíça na Copa do Mundo

Com experiência de ter trabalhado como analista tático do Flamengo, com Vanderlei Luxemburgo, Stéphano Loyo trouxe o conhecimento do futebol para sua função na Suíça. É ele quem coordena toda a logística da delegação, desde o transporte até pequenas compras para os jogadores. Tudo passa por ele, que foi indicado por um amigo para Associação Suíça de Futebol ainda em 2013.

- Todas as equipes da Copa tem um coordenador que viaja junto com a seleção. Eu fui chamado no ano passado, e tive que pedir licença do Flamengo. Eu tenho dupla nacionalidade, nasci no Brasil, mas tenho passaporte alemão, falo alemão. Morei 12 anos na Alemanha, meus pais são alemães. E facilitou também o fato que já fui algumas vezes para a Suíça e entendo bem o alemão-suíço, que não é a mesma coisa. Para explicar o trabalho, por exemplo: para vir para São Paulo, foram cinco toneladas de equipamentos que vieram de avião. Então, você tem que consultar a companhia aérea, saber como é o procedimento, se é possível. É importante ter o conhecimento da logística, mas também do futebol, saber como funciona, que os jogadores são "as estrelas", eles têm a preferência. Para mim foi fácil, tinha essa experiência - disse.

Por já ter trabalhado no Flamengo, próximo a Vanderlei Luxemburgo, Stéphano confessa que acabou tendo seu trabalho facilitado, principalmente no trato com os jogadores. Com intimidade junto aos principais nomes do grupo, ele consegue fazer com que os suíços se sintam à vontade para perguntar e descobrir mais sobre o Brasil.

- Os jogadores têm muita curiosidade, querem conhecer o país. Saber o que tem na cidade, qual é a comida típica. É importante passar um pouco da cultura para eles, também, e por isso é importante conhecer muito do nosso país. Por exemplo, tapioca, pão de queijo, festa de São João, pé de moleque... querem saber de onde é, se é tradicional. Eles também perguntam sobre o Campeonato Brasileiro, quem foi o último campeão, como está agora, se os salários são altos - explicou Stéphano.

Além dele, a equipe de segurança brasileira é parte essencial do staff. Edílson é quem faz a coordenação, entrando em contato com os órgãos locais, e procurando sempre garantir que os treinamentos só sejam acessados por pessoas autorizadas, por exemplo. Na ajuda para manter a ordem e proteger a delegação estão as policias federais, Tânia e Silvia. Todos sempre em contato com o suíço Dominique, chefe da segurança.

As mulheres do grupo ajudam também a manter um clima amistoso com os jogadores. A amizade feita com os suíços, inclusive, gerou bastante tristeza após o corte do zagueiro Steve Von Bergen, um dos mais queridos pelos brasileiros. O goleiro Benaglio e o meia Gelson Fernandes, até por falarem português, são os mais próximos do grupo. A fita de Senhor do Bonfim recebida por Benaglio, inclusive, foi um presente da parte brasileira da delegação.

Nesta terça-feira, a Suíça terá o apoio não só de seu staff tupiniquim, mas também de boa parte dos brasileiros que irão a Arena Corinthians, na partida contra a Argentina, às 13h (de Brasília) pelas oitavas de final da Copa do Mundo.

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