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27/06/2014 - 15:18

Jovem ganha chuteira de jogador da França após superar "aposentadoria"

Globo Esporte

 Em 2013, quando recebeu a notícia de que seria dispensado pelo Santos, Willian decidiu abandonar o futebol, ainda jovem, aos 19 anos. "Não é para mim", pensou o lateral-esquerdo, que voltou para a casa da família em Luis Antônio, interior de São Paulo.

Jogava futsal por diversão quando foi observado e indicado para fazer um teste no Botafogo-SP, quatro meses depois de "abandonar" o futebol. Deu certo. Foi bem nos treinos, entrou para o time e, quando estava cotado para integrar o elenco profissional do Pantera visando o Campeonato Paulista de 2014, sofreu uma lesão séria no joelho.

Foram seis meses de exames, cirurgia, fisioterapia e acompanhamento médico. Willian se recuperou, não a tempo de jogar o Paulistão, mas voltou aos treinos e, nesta semana, no retorno aos gramados em um jogo-treino, teve de encarar a França, instalada em Ribeirão Preto durante a Copa do Mundo, a coroação.

Com a força de quem já havia superado frustrações e lesões, foi bem, deu um bom drible em cima de Remy Cabella e improvisou no francês. A ousadia foi suficiente para convencer o jogador dos Bleus a presenteá-lo com um par de chuteiras personalizado.

O meio-campista provavelmente não conhece a história de Willian e, em pouco tempo, esquecerá o drible que levou. Do outro lado, a chuteira laranja virou parceira do botafoguense, parceira de cama, guardada ao lado da cama, ainda no chão, por causa da lesão no joelho.

- Ela dorme aqui comigo. Deixo ela do meu lado - brincou o jogador, ainda sem a exata dimensão do valor daquele calçado.

Quando perguntado sobre o que faria com as chuteiras, várias as alternativas foram apresentadas. Nenhuma segura.

- Eu pretendo guardar de recordação. Se a França chegar na final, ela entra para a história. Se a França não for longe, posso usar pois coube no meu pé. Também posso vendê-la. Se alguém oferece um preço bom, quem sabe? - disse o jogador, que levou um "fora" de Sagna até xavecar o cara certo.

- Aprendi a falar algumas palavras em francês com os garotos do Benin que treinam no Botafogo. Certa vez vendi uma chuteira a um deles e aprendi como se fala. Assim que acabou o jogo, pedi para o Sagna, mas ele não deu moral. Fui até o Cabella e pedi também. Ele disse para esperar. Desceu até o vestiário e voltou com as chuteiras na mão para me entregar - relembrou Willian, sem acreditar no que estava acontecendo. Sem lembrar dos tempos de conquistas e ingratidão por parte do Santos. Sem lembrar das dores da lesão.

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