Notícias da Copa - Olhar Copa

Às margens das obras da Copa do Mundo em Cuiabá, inúmeros comerciantes afetados pelos bloqueios no trânsito, estão 'se virando' como podem para não fechar as portas de seus estabelecimentos. Na avenida Miguel Sutil, nas proximidades da rotatória da Jurumirim, interditada na semana passada para a terceira etapa das obras da ‘trincheirona’ o proprietário do posto Petrus decidiu baixar o preço dos combustíveis ao limite para atrair fregueses. Mesmo com a promoção, ele alega que continua tendo perda de movimento por causa das dificuldades com o acesso ao trecho da Miguel Sutil onde está localizado o posto.

O proprietário do Posto Petrus afirma ter seguido o mesmo caminho de outros comerciantes e empresários ameaçados de fechar as portas por ‘sumiço’ dos clientes por causa dos bloqueios. Há alguns dias, o posto de combustível localizado no trevo do Atacadão, decidiu baixar os preços da gasolina, álcool e diesel para não perder clientes. O acesso ao local se tornou mais difícil devido à intervenção total de um lado da pista para as obras do Complexo Viário do Tijucal. O dono do posto decidiu manter os preços antigos, o que resultou no valor considerado limite após o reajuste no mês passado.

O mesmo fez o dono do Posto Petrus. Enquanto os demais postos da capital cobram em média R$ 3,19 pelo litro da gasolina e R$ 2,19 pelo etanol, o Petrus lançou a promoção vendendo gasolina a R$ 2,97 e álcool a R$ 1,97. “É uma forma de sobreviver em meio ao grande prejuízo que estamos tendo com essa obra (trincheira do Jurumirim). Os fregueses se assustaram com a dificuldade para chegar até o posto e começaram a desaparecer. Então decidimos baixar os preços, o que vai reduzir muito a nossa margem de lucro, mas nos permitirá a sobrevivência enquanto a obra durar”, contou o gerente do Petrus, Marciano Machado, revelando que o movimento chegou a cair 40% mesmo com a promoção e a direção teve que demitir dois funcionários.

“É o que está acontecendo com o comércio todo por aqui. Não há outra saída. Temos que demitir e fazer promoções, senão fechamos as portas”, afirmou Machado, ressaltando que nenhum empresário ou comerciante da Miguel Sutil está recebendo qualquer tipo de incentivo fiscal do Governo. “Se o governo prometeu isso, ficou só na promessa. Tivemos pouco apoio”, disse o gerente, se referindo a um espaço que ficou liberado para o acesso dos clientes. Segundo ele, foi uma promoção especificamente por causa das obras da Copa.

O que mais preocupa o gerente é a falta de garantias. “Não sabemos por quanto tempo essa avenida ficará fechada para obras. Enquanto a trincheira não for inaugurada, teremos que sobreviver a duras penas por aqui mantendo as promoções e com lucro reduzido. Ouvimos falar que a obra pode se estender até março de 2014. Estamos convivendo com a incerteza e isso é muito difícil”, ressaltou.