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08/07/2014 - 17:45

Ray não tem previsão para depor, e advogado critica investigação: "Ilegal"

Globo Esporte

 O delegado Fábio Barucke, responsável pelas investigações de desvio e venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo, informou na manhã desta terça-feira que não há previsão de depoimento do inglês Raymond Whelan, que voltou para o Hotel Copacabana Palace após ser solto de madrugada através de um habeas corpus. Já Fernando Fernandes, advogado de Ray, disse que "não faria sentido" um depoimento de seu cliente depois do desgaste de uma "prisão ilegal".

Raymond era apontado pelas investigações como facilitador de uma quadrilha chefiada pelo empresário argelino Mohamadou Lamine Fofana, detido na semana passada - no celular de Fofana, seu número estava salvo como Ray Brasil. Segundo Barucke, responsável pelo caso, Whelan foi flagrado em escutas telefônicas - autorizadas pela justiça - negociando ingressos com o argelino. Consultor executivo da Match Services, um dos braços da empresa que opera a comercialização de bilhetes da Copa, Raymond foi preso na tarde de segunda-feira, mas sua passagem pela 18ª Delegacia de Polícia Civil, na Zona Norte do Rio de Janeiro, não durou mais de dez horas.

Fernando Fernandes, advogado de Ray, disse que seu cliente não depôs pela ausência de um tradutor na delegacia.

- Ele iria depor ontem, mas é garantia de todo cidadão estrangeiro que tivesse um tradutor disponível, e não havia. Assim que se recuperar do absurdo que ocorreu, está disposto a ser intimado e prestar todos os esclarecimentos.Não faria sentido depor hoje depois do desgaste de uma prisão ilegal - criticou.

Ao falar em "absurdo", o advogado se refere à investigação com o um todo. Segundo ele, o delegado Barucke e sua equipe informaram dados exagerados. O advogado tentará uma ação judicial para ter acesso a todos os dados levantados pela polícia.

- Quero ter acesso a tudo o que conseguiram. A empresa (Match) está abismada, não pode ter acusação de venda ilegal para a empresa responsável pela venda legal. E o Juizado Especial Criminal não é competente para julgar algo tão complexo - disse Fernando.

Mais cedo, em entrevista para a Rádio CBN, o advogado criticou a postura dos investigadores na divulgação de ligações entre Ray e Fofana.

- Dizer que foram 900 ligações sem exibir nada a ninguém me parece uma atitude midiática. Talvez nenhum telefone tenha 900 ligações registradas. (Ray) Era uma pessoa que tinha contatos sociais no evento. O que está acontecendo é um absurdo jurídico, uma calamidade - declarou.

O advogado lembrou ainda que não há qualquer possibilidade de Ray deixar o Brasil neste momento. O suspeito deixou seu passaporte com as autoridades policiais.

- O passaporte foi entregue como um pedido da defesa, como ato simbólico também de submissão à soberania nacional - encerrou Fernando.

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