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'O Brasil já não é o país do jogo bonito', diz Lula

ESPN/EFE

 O ex-presidente Lula ganhou destaque na capa do jornal esportivo francês "L'Équipe" nesta terça-feira, devido a sua paixão pelo futebol, e em entrevista admitiu que a seleção brasileira deixou de apresentar a forma de jogar que a consagrou. "O Brasil já não é o país do jogo bonito", confessou o chefe de estado do país entre 2003 e 2010.

Na página 1 da publicação, uma imagem do ex-presidente é apresentada com a manchete "A paixão do futebol segundo Lula". Na conversa com jornalistas do L'Équipe, a seleção da Alemanha foi elogiada: "Tratam a bola com o mesmo amor (dos brasileiros)".

Apesar de garantir que se reunirá com a família, tomando uma cervejinha, para acompanhar os jogos, Lula admitiu que as transformações no futebol mudaram um pouco o sentimento com relação ao jogo. "Quando os brasileiros entram em campo contra a Espanha, conhecem os rivais melhores do que suas próprias mulheres. O futebol perdeu a emoção e nós perdemos nosso estilo", afirmou.

Apesar disso, o líder político de 68 anos, garantiu que ao lado de Alemanha, Espanha, Portugal, França e Itália, a seleção brasileira não pode ser descartada do grupo dos principais candidatos do título da competição. "Um país que organiza a Copa, e que tem o histórico do Brasil, é necessariamente favorito", disse Lula, que alertou, no entanto, sobre o excesso de confiança, que já atingiu a seleção em outras oportunidades.

Sobre rivais "próximos", o ex-presidente criticou a zaga da seleção argentina, apesar de destacar o poderio ofensivo de Lionel Messi e companhia. Quanto aos uruguaios, pediu atenção ao poderio ofensivo de Luis Suárez e Edinson Cavani.

A entrevista ao L'Équipe também teve como tema a organização da Copa e a preparação do Brasil para o torneio. Lula garantiu que a competição de futebol e os Jogos Olímpicos de 2016 ajudarão a promover avanços no país. "Nós podemos reclamara de tudo, mas o legado será extraordinário", garantiu.

Ex-líder sindical, Lula ainda defendeu na entrevista o direito de manifestação popular. No ano passado, os protestos foram constantes em dias de jogos da Copa das Confederações. "Temos que lutar todos os dias para avançar e o governo não deve interpretar mal que as pessoas saíam às ruas", disse.