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Notícias / Copa 2014

Capitão marcado pelo choro, Thiago Silva receita copiar frieza alemã

Gazeta Esportiva

 A imagem de Thiago Silva isolando-se do grupo para chorar e rezar sentando em uma bola antes da decisão de pênaltis contra o Chile, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, foi motivo das maiores críticas à Seleção Brasileira antes humilhante goleada sofrida diante da Alemanha, na semifinal. Agora, amargando a quarta colocação, o capitão, enfim, admite que o time precisa melhorar psicologicamente.

A derrota para os germânicos por 7 a 1, com cinco gols sofridos em 29 minutos, e o revés por 3 a 0 diante dos holandeses na disputa pelo terceiro lugar, com os dois primeiros gols em 16 minutos, viraram para o zagueiro uma prova do prejuízo do desequilíbrio emocional detectado publicamente há semanas, mas que o jogador só assume existir agora que o Mundial já acabou para o time.

“Temos que aprender com esses dois últimos jogos, principalmente quando levamos gol. Parece que o jogo já está perdido, mas não é assim. Precisamos de equilíbrio, tranquilidade nos momentos difíceis”, afirmou. “Não adianta sofrer um gol e já pensar ‘ah, vamos virar’. É necessário ter calma, inteligência, frieza. Falamos da frieza da Alemanha e temos que ser frios também.”

O próprio Thiago Silva confessa que precisa melhorar nesse aspecto. Não porque deixou para o reserva Paulinho a função de atuar como um líder, motivando cada um que bateria os pênaltis contra os chilenos. Mas por ter sido irracional e acelerado o lançamento para a área adversária em vez de tocar a bola.
Djalma Vassão/Gazeta Press

Zagueiro desobedeceu a própria ordem ao insistir em ligações diretas ao ataque e admite desequilíbrio psicológico
Contra a Holanda, o camisa 3 insistia para que David Luiz parasse de optar pela bola longa, mas o próprio capitão não obedeceu essa ordem. “Não é um problema, até porque temos muita qualidade para fazer isso. Mas, contra um time que joga com três zagueiros, tem sempre uma sobra. Não adianta tentar fazer ligação direta, o homem da sobra sempre vai pegar a bola. Pedi para trabalhar um pouquinho mais a bola, mas eu mesmo tentei uma ou duas ligações diretas também.”

Um retrato de um jogador que, antes da Copa, confessou ter sofrido com insônia por ficar se imaginando levantando o troféu da conquista do hexacampeonato neste ano. Precisando se conformar de que o gesto ficará para o alemão Philipp Lahm ou para o argentino Lionel Messi neste domingo, no Maracanã, Thiago Silva ainda embarga a voz ao falar da frustração.

“Vou para casa com um sentimento de muita tristeza porque tentamos muito em todos os jogos, de todos os jeitos, e não conseguimos o resultado como sonhávamos. É duro ir para casa e falar para os seus familiares: ‘desculpa, não consegui’. É difícil. Mas temos que levantar a cabeça. Ir para casa agora, esfriar um pouquinho, o psicológico ainda muito abatido, mas a vida tem que seguir, não acaba aqui”, falou, como se repetisse um mantra para si mesmo. “Estamos motivados para seguir na vida, tanto dentro de campo como fora.”