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Notícias / Turismo

Hoteleiro teme vexame por falta de profissionais bilingues em Mato Grosso

Da Redação - Darwin Júnior

A série ‘Vamos Fazer Bonito’ que está indo ao ar no programa Fantástico, da Rede Globo, expôs, no último domingo, uma grave deficiência do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014: a falta de profissionais capacitados para atender turistas, sinalização bilingue e comunicação visual para auxiliar estrangeiros. Ficou claro que há muito o que se melhorar para que o país tenha condições de receber 600 mil turistas durante a Copa do Mundo que acontecerá daqui a 387 dias. Muito pouco está sendo feito e se o quadro não mudar, o país estará sujeito a passar vexame ou no mínimo, desagradar em cheio os visitantes durante o maior evento do mundo. Em Cuiabá e Várzea Grande, o problema principal parece ser a carência de profissionais que falem inglês ou outras línguas.

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A preocupação já chegou a Cuiabá e Várzea Grande, sem que nenhuma ação de impacto tenha sido organizada até agora. Na Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), a diretoria de Assuntos Interinstitucionais chefiada por Agripino Bonilha Filho planeja mandar voluntários a outros centros visando receber treinamento para apoiar estrangeiros durante a Copa do Mundo em Cuiabá. A preocupação também se estende a executivos da hotelaria em Cuiabá e Várzea Grande que aguardam soluções e apoio para realizar trabalho em sintonia com os promotores do Mundial.

Não é de hoje que a situação provocou alerta, mas a preocupação é cada vez maior na visão do ex-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hoteis de Mato Grosso (ABIH-MT), Luis Verdun, atual diretor do Sindicato de Hoteis, Bares e Restaurantes de Várzea Grande. Segundo ele, não há até agora, nenhum planejamento voltado para que os hotéis se preparem para receber milhares de turistas na Copa do Mundo em Mato Grosso.

Verdun informou que já houveram vários programas oferecidos pelo Governo Federal que foram fechados por falta de demanda, incluindo o ‘Olá Turista’ que tinha como propósito preparar interessados em cursos de línguas. Esse programa que chegou a incluir Cuiabá e Várzea Grande, durou apenas alguns meses e foi encerrado por não contar com demanda.

“Deveria ser feito um debate. Existe falta de mão de obra e qualificação especial para atendimento a turistas. Inúmeros cursos foram ofertados e não houve procura. Então, vejo a necessidade da realização de programas vantajosos, com ampla divulgação para que possamos formar novos agentes qualificados em línguas”, afirma Luis Verdun que não esconde temor com um 'vexame' durante o Mundial.

Proprietário do Hotel Diplomata, nas proximidades do aeroporto, Verdun vê a necessidade de se preparar com urgência novos profissionais para atendimento ao público estrangeiro. “Temos poucos profissionais em Cuiabá. É preciso fomento urgente na preparação de atendentes para que não façamos feio na Copa”, disse o hoteleiro que há alguns dias, procurava por recepcionistas bilíngües. “Hoje necessito de profissionais que falem inglês para o atendimento normal. Na Copa essa necessidade será muito maior não só em hotéis, mas em restaurantes e pontos de visitação”, acrescenta.

Segundo Verdun, o problema hoje é silencioso e quase visto sem importância, mas vai mexer com a estrutura de recepção do Brasil. “Todos estamos preocupados. É necessário que tenhamos centenas de profissionais falando inglês pelo menos durante a Copa. A hora está chegando e não vejo evolução no sentido de sanar o problema. É necessário que tenhamos soluções a tempo. Não queremos fazer feio, não é mesmo?”