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Entre os 23 jogadores que disputarão a Copa das Confederações com a seleção brasileira, onze atuaram no país nesta temporada, número muito alto quando comparado com convocações das últimas Copas do Mundo, que praticamente contavam apenas com atletas jogando em clubes europeus.
O técnico Luiz Felipe Scolari também apostou numa equipe jovem, com idade média de 26 anos e seis meses. Em 2010, a seleção comandada por Dunga era a mais velha do Mundial da África do Sul, com média de 29 anos e três meses.
Os dois aspectos têm ligação direta e mostram a evolução do futebol brasileiro nos últimos anos. Com o bom momento atual da economia do país, os clubes conseguem segurar jovens promessas por mais tempo.
Este foi o caso de Neymar, que no dia do anúncio da convocação de Felipão ainda era jogador do Santos, mas no início do mês foi contratado pelo Barcelona após 'resistir' por muito tempo às investidas de grandes clubes europeus.
Fernando também seguiu o mesmo caminho, deixando o Grêmio para assinar contrato com o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Se forem levadas em consideração as duas transferências, o número de atletas que atuam no Brasil cai para nove, mas é bom lembrar que ambos conquistaram a vaga na seleção ao brilhar em clubes do país.
Em 2006 e 2010, apenas três jogadores que disputaram as Copas do Mundo da Alemanha e da África do Sul atuavam em clubes brasileiros.
Em 2002, a seleção já comandada por Felipão que conquistou o penta no Japão e na Coreia do Sul tinha a maioria dos seus atletas jogando no Brasil (13 de 23), mas apenas três terminaram a competição como titulares, o goleiro Marcos e os volantes Gilberto Silva e Kléberson.
Nos dois últimos amistosos, o técnico voltou a mostrar que prefere escalar 'europeus' para começar as partidas, apesar de convocar muitos 'brasileiros'. Contra Inglaterra e França, apenas Paulinho, Neymar e Fred foram titulares.
Depois da derrota por 2 a 1 sofrida para a Inglaterra na sua reestreia com a seleção, no dia 6 fevereiro em Wembley, Felipão chegou a declarar que a história seria diferente, já que jogadores que atuam no Brasil estariam no auge da sua forma enquanto os ingleses acabavam de encerrar temporadas desgastantes com seus clubes.
Mesmo assim, o técnico abriu mão dessa 'vantagem' ao usar apenas seis 'brasileiros' (além dos três titulares, Fernando, Leandro Damião e Bernard entraram no segundo tempo).
Contra a França, Paulinho, Neymar e Fred voltaram a começar jogando e Fernando, Bernard e Jô (que foi convocado de última hora no lugar de Leandro Damião, cortado por causa de uma lesão) entraram na etapa final.
"Temos bons jogadores atuando aqui, e outros bons jogadores atuando bem lá na Europa. O que precisamos fazer é deixar esses jogadores em condições de formar uma grande equipe, uma grande Seleção", declarou o treinador ao anunciar a convocação.
Outra caraterística marcante da equipe que disputará a Copa das Confederações é sua inexperiência em competições oficiais.
Apenas quatro já disputaram Copas do Mundo: Fred (2006), Júlio César (2006 e 2010), Thiago Silva e Daniel Alves ( ambos em 2010).
"A juventude tem coisas boas. Eles têm muita vontade. Mas há coisas boas que a experiência traz e que você não consegue compensar. Às vezes, tenho que agir como pai, um conselheiro mais velho. Outras vezes, crio uma situação de amizade", declarou Felipão no início da semana passada.
Em meio a um processo de renovação, a seleção brasileira terá seu primeiro grande teste na Copa das Confederações para mostrar que tem condições de brigar pelo hexa em casa em 2014.
A estreia será no dia 15 de junho contra o Japão, no estádio Nacional Mané Garrincha de Brasília.