As sustentações orais feitas pelos advogados dos réus José Roberto Salgado, Vinicius Samarane e Ayanna Tenório, que faziam parte da diretoria do Banco Rural quando o escândalo do mensalão veio à tona, seguiram praticamente a mesma linha. Em geral, eles são acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas pelo Ministério Público Federal (MPF) na ação penal 470, que vem sendo julgada desde a semana passada.

A denúncia do MPF aponta que o Rural foi peça fundamental do esquema, misturando recursos obtidos via empréstimos com dinheiro público desviado por meio de contratos de publicidade com órgãos públicos.

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Os advogados criticaram o depoimento de Carlos Roberto Godinho (ex-funcionário do Rural), considerado um dos delatores do esquema. Tentaram descontruir as acusações considerando as datas e os respectivos cargos ocupados pelos seus clientes na época em que os atos ilícitos teriam sido cometidos.

“A Ayanna participou de uma reunião do comitê e, por ignorância, acompanhou os outros membros em favor dos empréstimos. Ela não tinha razões para desconfiar dos saques, considerando a importância das empresas que eram clientes do banco”, disse o advogado Antonio Mariz de Oliveira.

“A rotina bancária foi tratada como crime pelo Ministério Público, embora a mesma fosse praticada por todas as instituições financeiras brasileiras na época”, disse Maurício de Oliveira Campos Junior, que defende Vinicius Samarane. Márcio Thomaz Bastos afirmou que a denúncia não demonstrou o vínculo entre o seu cliente e os crimes. “Meu cliente (Salgado) não pode ser responsabilizado por delitos cometidos na instituição financeira só porque trabalhava nela”, concluiu.