Olhar Jurídico

Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Notícias

JULGAMENTO DO MENSALÃO

"Se fosse dinheiro de corrupção, outro poderia tirar"

Em defesa do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), candidato a prefeito de Osasco (SP), o criminalista Alberto Zacharias Toron negou -- em sustentação oral feita hoje no Supremo Tribunal Federal (STF)  -- que o parlamentar tenha recebido dinheiro de corrupção. “O fato de a mulher dele ter sacado dinheiro no banco só demonstra que não houve corrupção. É preciso dizer que outras pessoas mandaram o feirante, garçom, vendedor de peixe. Ele mandou a mulher dele, que foi ao banco, se identificou, deixou cópia do RG, assinou recibo, ou seja, fez tudo às claras. Se fosse dinheiro de corrupção, outra pessoa poderia ter ido tirar".

Em relação às acusações de peculato, Toron afirmou que o jornalista Luis Costa Pinto prestou os serviços previstos previstos em contrato com a Câmara dos Deputados e que isso foi auditado e comprovado pelo Tribunal de Contas da União. Ele citou ainda que diversas testemunhas confirmaram que o jornalista trabalhou na Câmara.

Em relação à SMP&B, uma das agências de publicidade de Marcos Valério (apontado pelo Ministério Público como operador do mensalão e também réu na ação), Toron argumentou que o contrato admitia subcontratações sem limites e que se tratava de uma “prática geral”. E disse que os serviços também foram prestados à Câmara.

De acordo com o advogado, a própria denúncia diz que não houve lavagem de dinheiro quando a mulher do parlamentar efetuou o saque de R$ 50 mil do banco Rural, já que a verba seria lavada pela própria instituição financeira. "Não tem lavagem do sacador. Se a própria acusação diz que o dinheiro era previamente lavado, é evidente que o tomador recebia o dinheiro lavado. Aquele que se limitou a sacar o dinheiro, não lavou o dinheiro", complementou Toron.  O dinheiro era do PT e foi usado para pagar pesquisas eleitorais, segundo a defesa.

O petista é acusado pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato. João Paulo Cunha exercia o terceiro mandato de deputado pelo PT na época das denúncias. Foi absolvido no processo de cassação na Câmara em 2005, foi reeleito em 2006 e 2010 e atualmente preside a Comissão de Constituição e Justiça da casa. É o único dos réus que vai disputar a eleição deste ano. O STF aprecia o caso do mensalão desde a semana passada.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet