O advogado criminalista Eduardo Mahon fez duras críticas à participação de integrantes da atual gestão da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Mato Grosso (OAB-MT) nas eleições municipais deste ano e cobrou mais transparência na prestação de contas da instituição.
No ponto de vista do advogado, mesmo que não haja impedimento legal para a participação de membros de entidades de classe nas eleições partidárias, trata-se de uma questão ética a separação das atividades.
“É uma questão ética absolutamente incontornável. Se a pessoa está se lançando com capital eleitoral alheio, a gente vê no final que ela está fazendo da representação classista um trampolim. Chega de fazer a Ordem dos Advogados de trampolim”, criticou o advogado durante entrevista ao Olhar Jurídico.
Segundo Mahon, nenhum diretor ou conselheiro da OAB deveria ser filiado a partido político e, em caso de interesse em participar da carreira partidária, ele acredita que seria mais ético se desvincular das atividades da Ordem.
As críticas do advogado são referentes à atual candidatura do conselheiro federal da OAB Francisco Faiad, como candidato a vice-prefeito de Cuiabá pelo PMDB na coligação com o PT. Além disso, Mahon citou o caso do advogado João Celestino, que disputa o mesmo cargo, mas pelo DEM em aliança com PSDB.
Para o criminalista são situações diferentes, pois Celestino não faz parte da atual gestão da OAB, o que não interfere na candidatura partidária.
“A pessoa que flerta com política não pode atuar institucionalmente com os advogados”.
Quanto à cobrança por mais transparência na prestação de contas da OAB, Mahon acredita que não basta apenas informar valores de gastos, e a atual administração encabeçada pelo presidente Claudio Stábile deveria apresentar notas fiscais dos gastos.
“Falta de transparência; e isso não é uma questão recente, mas é institucional. Não divulgar não apenas balanço, mas as notas fiscais dos gastos de gestão”, ponderou Mahon ao ressaltar que não se trata de uma problemática recente apenas da administração de Stábile.
O advogado ainda defende uma atuação mais contundente da Ordem em Mato Grosso. Ele reclamou do fato de a OAB não fiscalizar questões importantes como as obras da Copa do Mundo de 2014, o ensino jurídico no Estado e outros pontos que não seriam de interesse apenas da classe, mas da sociedade de forma geral.
“Existem interesses transversos que impedem a atuação da OAB”, finalizou.
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