Cerca de 120 alunos de três escolas municipais de Cuiabá participaram da terceira palestra do Judiciário na Escola, cujo tema foi Os direitos e deveres da criança e do adolescente, com ênfase no menor infrator. A conclusão dos trabalhos do projeto em 2013 ocorrerá com a visita guiada ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

No próximo dia 10, no período matutino, os estudantes participarão de uma palestra com o corregedor-geral da Justiça, desembargador Sebastião de Moraes Filho. Na oportunidade eles participarão de um café da manhã, conhecerão a estrutura do Tribunal de Justiça e receberão informações sobre temas judiciais.

A juíza Edleuza Zorgetti Monteiro da Silva, que profere palestras no projeto desde 2011, conduziu o bate-papo com os alunos na Escola Ulisses Guimarães, no bairro Ouro Fino. “O Judiciário presente nas comunidades mostra que o cidadão tem direitos e também deveres e isso é muito importante para a garotada”. Foi o que o Arnold Alves de Oliveira, de 13 anos, aluno dos sexto ano da escola, achou.

Ele também se sentiu motivado para seguir carreira na área. “Quero ser advogado e arquiteto. Gostei da palestra e entendi que devemos fazer nossas obrigações”. A professora de História Alci Maria Dias agradeceu a realização do projeto na unidade escolar. “É muito bom tê-los aqui. Além dos conhecimentos, a presença do Judiciário nos inspira segurança”.

Gabrielly Vitória Ramos, de 11 anos, aluna do Sexto ano da Escola Floriano Bocheneki, localizada no bairro Parque Atalaia, também se demonstrou interessada. “Quero ser delegada. Gostei das explicações e sei que posso ajudar a sociedade fazendo minha parte. Achei o juiz muito simpático e ele explicou muito bem”.

O juiz Abel Balbino Guimarães salientou a necessidade da presença do magistrado. “Temos dois aspectos. O primeiro: é importante para a magistratura saber o que acontece no âmbito escolar, onde formamos os cidadãos. O outro aspecto é o Judiciário se fazer presente para levar sua mensagem de formação e orientação para estas pessoas. Fiz a seguinte pergunta para os alunos: quem dos meninos aqui sabe cozinhar? Em uma sala de 30 estudantes, somente um afirmou que não sabia e que seria coisa de mulher, ou seja, não se tem mais a divisão de trabalhos dentro de casa, isso é uma necessidade do mundo moderno e o caminho que temos que trilhar na diminuição do preconceito”.

Os alunos da Escola Cel. Octayde Jorge da Silva, no bairro Tancredo Neves, receberam a juíza Amini Haddad Campos. Ela participou pela segunda vez da iniciativa e se sentiu emocionada. “Conversamos sobre a Justiça nas relações familiares e sociais, no conviver na escola. É o perfil que devemos construir para uma sociedade mais digna, mais justa. Foi um diálogo bastante profícuo, uma oportunidade rica, assim como a anterior que participei. Fiquei emocionada ao ver as crianças, percebo que são muito carentes e demonstraram que se sentem distantes desta sociedade que pretendemos. Tentei demonstrar que elas são parte integrante. Espero ter marcado a vida deles tanto quanto eles marcaram a minha”, concluiu a magistrada.

Continuidade – Durante a conclusão da terceira fase na manhã de quinta-feira (28 de novembro), um dos líderes do projeto, o servidor da Corregedoria (CGJ) Glaucio Correia disse que os trabalhos retornam juntamente com as aulas em 2014. “Temos uma lista com 11 escolas da regional norte (Grande CPA), indicadas pela Secretaria Municipal de Educação. Como continuamos com a parceria com Ministério Público, Defensoria e OAB, que também constituem o Judiciário. Tentaremos beneficiar mais escolas por mês”.

Também participaram da ação as servidoras Maria José Grisólia e Nilva Gonçalves Ferreira. Compõem ainda a equipe Rodrigo Vechiato da Silveira como líder e o coordenador da Secretaria da CGJ, Lusanil Egues da Cruz.