Dois irmãos de 59 e 60 anos flagrados em situação análoga a escravidão foram presos pela Polícia Civil por porte ilegal de arma na região de São José do Rio Claro (à 325 km de Cuiabá). O defensor público Roberto Tadeu Vaz Curvo, integrante da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo de Mato Grosso (Coetrae-MT) foi até o local para verificar a situação dos trablhadores. O Contrae-MT reaizou reuniões no município com a Polícia Civil, os trabalhadores e autoridades locais para discutir o problema.
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Segundo o defensor, os irmãos usavam a arma apreendida pela polícia como defesa pessoal e como instrumento para conseguirem alimentos. Os irmãos moravam no meio do mato e, apesar de receberem pelo trabalho que realizavam, eram obrigados a pagar pelo local onde dormiam, ainda que fosse apenas uma barraca. Os dois trabalhadores também não tinham transporte nem alimentação adequada e viviam no meio do mato sem nenhuma precaução e segurança.
“Eles foram presos acusados de porte ilegal de arma, que era utilizada como instrumento para eles conseguirem alimento e para defesa pessoal, já que não recebiam comida e estavam presos no meio do mato, sem meio de transporte. Eles são vítimas e estão sendo vitimizados” afirmou Roberto Tadeu Vaz Curvo.
De acordo com o defensor integrante do Contrtae-MT, os trabalhadores não tinham consciência da situação em que se encontrava tanto por serem trabalhadores simples quanto por viverem daquela forma há muitos anos, o que fez com que a condição se naturalizasse.
“Isso nos mostra que ainda há setores da sociedade com uma mentalidade atrasada quanto ao respeito às pessoas e não adianta somente a repressão, há necessidade de que as pessoas tomem consciência de que um dos maiores deveres do cidadão é o respeito à dignidade da pessoa humano”, declarou.
