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OPERAÇÃO VENTRÍLOQUO

Advogado nega extorsão a Riva e diz que ele e Romoaldo tentam "sair como vítimas" na Ventríloquo

17 Mai 2016 - 09:00

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

O advogado esteve no Fórum da Capital e foi pego de surpresa pela imprensa.

O advogado esteve no Fórum da Capital e foi pego de surpresa pela imprensa.

O advogado Júlio César Domingues Rodrigues, acusado de compor com o ex-deputado José Geraldo Riva e seus ex-funcionários um grupo que desviou cerca de R$ 9,6 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa (AL), esteve no Fórum da Capital na noite da última segunda-feira (16) para informar à Sétima Vara Criminal seus passos nos próximos dias. A medida faz parte das cautelares impostas ao réu, que conseguiu alvará de soltura no dia 15 de abril, substituindo as celas do Centro de Custódia da Capital (CCC) por tornozeleira eletrônica.

Na saída, Rodrigues aproveitou para negar as declarações feitas por Riva, de que ele teria tentado lhe extorquir, envolvendo a família em ações de intimidação ao ex-deputado. Para o acusado, entretanto, tudo não passa de uma “tentativa barata de desqualificação” e reforçou a culpa do político e de seu ex-colega, o deputado Romualdo Junior (PMDB).

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“Eu estou ciente das declarações do deputado Riva. É um absurdo isso que ele vem fazendo agora, me acusar de extorsão e envolver integrantes da minha família. Da mesma forma que o deputado Romualdo, agora eles buscam me desqualificar de toda forma possível para que eu perca a credibilidade e eles saiam como vítimas. E uma coisa que eles dois não são é vítimas”, disse Julio César Rodrigues, que advoga em causa própria na ação penal oriunda da “Operação Ventríloquo”, desbaratada pelo Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

“Então é uma tentativa barata de me desqualificar e que não funcionou dessa forma, eu fiquei oito meses no Centro de Custódia junto com o deputado Riva”, resumiu Rodrigues.

Sobre as supostas ameaças que ele teria feito a José Riva, o advogado também nega. “Não! isso é um absurdo. Eu nunca ameacei ninguém. A tentativa deles de defesa é tentar me desqualificar. Isso nunca existiu e estou pronto para poder trazer qualquer tipo de informação, para o judiciário e as autoridades que isso nunca existiu”, refutou.

Ao final fez um balanço de como anda sua liberdade assistida e o andamento da ação penal. “Com o tempo, no processo serão provadas as declarações. Inclusive compareci hoje em juízo para poder cumprir fielmente as determinações da doutora Selma, com as cautelares que me foram impostas. Inclusive, tenho viagem para meu escritório em São Paulo amanhã e vim informar o juízo dessa viagem. Todo passo que dou informo ao juízo, cumprindo suas determinações. Eu tenho um escritório e continuo exercendo advocacia e administrando a agropecuária da minha família”, concluiu.

Histórico:

Júlio César foi preso por agentes do Gaeco por suposto envolvimento em um esquema de fraudes de R$ 9,6 milhões na Assembleia. Os fatos foram investigados na Operação Ventríloquo.

Segundo o (Gaeco), a ALMT contratou um seguro junto ao antigo Bamerindus Companhia de Seguros na década de 90 (hoje HSBC, que o incorporou), porém, não quitou os valores devidos, o que levou à Seguradora ingressar com a ação de execução no ano de 1997.

Passados quinze anos, em meados de 2012, com a ação judicial ainda em andamento, o advogado Julio Cesar Domingues Rodrigues, supostamente atendendo aos ditames dos demais integrantes do bando criminoso, procurou Joaquim Fabio Mielli Camargo se dizendo intermediário da ALMT e se colocando à disposição para negociar referidos valores; aduzindo, em seguida, já no ano de 2013, que o Procurador-Geral daquele órgão daria parecer favorável, ocasião em que fora protocolado requerimento administrativo de pagamento do débito junto à ALMT e que deu origem ao Processo Administrativo nº 45/2013.

Segundo os promotores, entre os meses de fevereiro à abril de 2014 os denunciados subtraíram cerca de R$ 9,5 milhões em proveito próprio e alheio valendo-se da condição de funcionários públicos de alguns de seus membros.
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