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VENTRÍLOQUO 3

Para MPE, delator blindou Romoaldo sobre desvio de R$ 9,4 mi e fala em "conversa mafiosa" de deputado

24 Nov 2016 - 08:31

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Paulo Victor Fanaia Teixeira / Olhar Direto

Romoaldo Junior

Romoaldo Junior

Denúncia disponibilizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) aponta que o deputado Estadual Romoaldo Júnior e seu assessor na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Francisvaldo Mendes Pacheco, participaram do esquema criminoso que teria desviado R$ 9,48 milhões dos cofres públicos. Os investigadores apontam que ambos entabulavam “conversa mafiosa” para negociar participação no crime.

Foram denunciados nesta fase da operação: Romoaldo Aloisio Junior, Mauro Luiz Savi, Gilmar Donizete Fabris, Ana Paula Ferrari Aguiar, José Antônio Lopes, Claudinei Teixeira Diniz, Marcelo Henrique Cini, Cleber Antônio Cini, Valdir Daroit, Leila Clementina Daroit, Odenil Rodrigues de Almeida e Edilson Guermandi de Queiroz.

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A denúncia revela que entre os anos de 2013 e 2014, os denunciados constituíram uma organização criminosa para saquear os cofres públicos, por meio de uma dívida da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Os investigados subtraíram, segundo o órgão ministerial, o montante de R$ 9.480.547,69, em proveito próprio e alheio (peculato-furto), valendo-se da facilidade que proporcionava a condição de funcionários públicos de alguns de seus membros. Consta que os investigados ainda ocultaram e dissimularam a natureza e a origem dos valores provenientes de infração penal (lavagem de capitais).

Para o MPE, especificamente Francisvaldo Pacheco e Romoaldo Júnior travavam verdadeira “conversa mafiosa, exigindo a entrega de parte do dinheiro desviado pelo bando, restando clara a ocorrência de sérias divergências entre seus integrantes acerca da divisão do dinheiro expropriado dos cofres públicos”. A constatação partiu das gravações feitas pelo advogado paulista e delator Julio César Domingues Rodrigues, acusado de agir como articulador do esquema.

Denúncias Ocultas:

Para o MPE, que contou com apoio do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) e do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), os fatos vieram à tona tardiamente por responsabilidade de Joaquim Fábio Mielli, que, segundo a denúncia, “ocultou, dolosamente, o envolvimento nos fatos” por Romoaldo Júnior e seu assessor, Francisvaldo Pacheco.

Isso porque “ao celebrar sua colaboração, Joaquim em nenhum momento relatou qualquer envolvimento” dos nomes no esquema. Da mesma forma “se comportou quando da audiência que antecedeu a homologação do acordo, tendo na ocasião negado qualquer conhecimento da participação de algum Parlamentar nos crimes”.

Entenda o caso:

Consta na ação que a organização criminosa subtraiu dos cofres da AL cerca de R$ 9.480.547,69 (nove milhões, quatrocentos e oitenta mil e quinhentos e quarenta e sete reais e sessenta e nove centavos), em proveito próprio e alheio (peculato-furto), valendo-se da facilidade que proporcionava a condição de servidores públicos e agentes políticos de alguns de seus membros.

Segundo o MPE no mesmo período os acusados citados acima, em continuidade delitiva, ocultaram e dissimularam a natureza e a origem dos valores provenientes de infração penal (lavagem de capitais), contando com o auxílio dos empresários e assessores parlamentares: José Antonio Lopes, Ana Paula Ferrari Aguiar, Claudinei Teixeira Diniz, Marcelo Henrique Cini, Cleber Antônio Cini, Valdir Daroit, Leila Clementina Sinigaglia Daroit, Odenil Rodrigues de Almeida e Edilson Guermandi de Queiroz, todos denunciados nesta ação.

Foi também requerida a condenação dos denunciados ao pagamento de indenização pelos prejuízos materiais sofridos pelo Erário Público, que importam no valor de R$ 9.480.547,69; além da condenação pelos danos morais coletivos sofridos pelo Estado de Mato Grosso e seus concidadãos, os quais foram indelevelmente atingidos em sua dignidade pelos atos criminosos perpetrados pelos ora denunciados, fixando-a no valor de R$10.000.000,00, cujo valor deverá ser investido em prol das áreas de saúde e educação.

Vale ressaltar que em 1ª Instância já haviam sido denunciadas outras cinco pessoas, cuja ação penal já se encontra em fase final de diligências, após o que serão ofertados os memoriais finais de acusação e defesa, seguindo para prolação de sentença.

Outro Lado 

A defesa de Romoaldo só irá se manifestar após ter amplo conhecimento do teor da denúncia. A defesa é patrocinada pelo advogado Francisco Faiad.
 
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