Olhar Jurídico

Quarta-feira, 17 de abril de 2024

Notícias | Geral

POLÍCIA MILITAR

PM afirma que grampos eram registrados em sala no centro de Cuiabá; membro do Gaeco teria participado

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

PM afirma que grampos eram registrados em sala no centro de Cuiabá; membro do Gaeco teria participado
A 3º Sargento da Polícia Militar de Mato Grosso Andréa Pereira de Moura Cardoso compareceu de forma espontânea no dia 26 de maio, junto de seus advogados, a Corregedoria Geral da PM para prestar esclarecimento sobre as escutas ilegais praticadas no Estado e reveladas no último mês.

Leia mais:
Desembargador mantém prisão de coronel Zaqueu por grampos ilegais


Ela revelou que a central de grampos funcionava no centro de Cuiabá, em um apartamento. Andréa disse ainda que um policial militar membro do Gaeco teria participado das ações.
 
Conforme o depoimento, colhido pelo também Policial Militar e corregedor geral Alexandre Corrêa Mendes, em determinado dia, no ano de 2014 ou 2015, Andréa Pereira foi procurada pelo Coronel Sigueira Junior, que a informou para procurar o Coronel Zaquel Barbosa no Comando Geral da PM. Zaqueu teria uma indicação de serviço na atividade de inteligência.
 
No Comando Geral, Adréa foi recebida pela policial militar identificada como Heydi, que era secretária de Zaqueu. O coronel informou que a depoente iria trabalhar na área da inteligência, mais precisamente com interceptações telefônicas. O Policial Gerson Luiz Ferreira Golveia Júnior seria o responsável por explicar como seria o serviço.
 
Assim, após a primeira indicação, encontros para orientação com Gerson ocorreram na sala do coronel Zaquel.
 
Logo após as orientações, Andréa foi direcionada para uma central de interceptações montada num apartamento próximo ao Museu da caixa D’Água, localizada na Rua Desembargador Ferreira Mendes, nº 235, na região central de Cuiabá. No local, um dos quartos possuía dois computadores, fones de ouvidos, um equipamento aparentando ser uma CPU e vários celulares.
 
O apartamento foi utilizado até julho de 2015. Conforme o depoimento, o Polícial Militar Clayton Dorileo e o um Sargento identificado como Torezan, que trabalhava no Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), também participavam do grampo ilegal. Depois de julho, os grampos seguiram até o mês de setembro, sendo monitorados pelo computador da depoente, agora de sua residência.
 
Em seu depoimento, Andréa Pereira de Moura Cardoso afirmou que não cometeu crime, pois acreditava que as escutas eram legais. Ela entregou de forma espontânea seu computador pessoal, que era utilizado em sua casa no sistema  de grampos.
 
Ao final do depoimento, seus advogados requereram que a PM garanta a segurança de sua carreira, já que a policial teme por sua vida e a de sua família.
 
O caso

A Justiça de Mato Grosso determinou a prisão do ex-comandante geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa e do cabo Gerson Luiz Ferreira Golveia Júnior, suspeitos de participação no esquema de escutas ilegais nos últimos anos. 
 
Conforme os autos, as prisões foram medidas necessárias para garantia da ordem pública, visto que ambos possuem laços sociais que facilitariam a destruição de provas.
 
Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, revelou na noite do dia 14 de maio, que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime nenhum no Estado. A matéria destaca como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”, dentre medicos, empresários, funcionários públicos etc.

Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.
 
A decisão pela prisão, do juiz da Vara de Crimes Militares, Marcos Faleiros, salienta ainda que a interceptações clandestinas geram intraquilidade por violação dos princípios básicos.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet