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Sexta-feira, 06 de dezembro de 2024

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DELAÇÃO PREMIADA

Silval afirma que Secom foi utilizada em esquema de lavagem para pagar dívidas com gráfica

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Silval afirma que Secom foi utilizada em esquema de lavagem para pagar dívidas com gráfica
O ex-governador Silval Barbosa (PMDB), afirmou que a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) foi utilizada em um esquema para pagar dívidas de campanha com a gráfica Milenium. Além da campanha de Silval, a gráfica também prestou serviços a deputados federais e estaduais, a Wellington Fagundes ao Senado e a Lúdio Cabral ao governo. Todas as dívidas foram pagas pelo Estado.


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Silval Barbosa relatou, em delação premiada, que em 2010, durante a campanha eleitoral, a gráfica Milenium, de propriedade do empresário João Dorileo Leal, prestou serviços ao ex-governador e a deputados federais e estaduais da coligação, em um total de R$ 4 milhões.

Após a campanha, Silval começou a receber cobranças de Dorileo, para pagar a dívida. O ex-governador, juntamente com o ex-secretário de Estado Eder Moraes, entraram em contato com a diretoria do Bic Banco, para efetuar um empréstimo em nome do Grupo Gazeta. Com a concordância da diretoria do banco, foi acertado o empréstimo de R$ 4 milhões.

O pagamento foi feito através de uma prestação de serviço não executada, pela Secretaria de Comunicação em face do Grupo Gazeta. Com os valores recebidos pelo Estado, Dorileo quitou o financiamento do Bic Banco, sem realizar a prestação dos serviços junto ao Estado.

O mesmo esquema foi realizado com o jornal Diário de Cuiabá, através do jornalista Gustavo Capilé, que fez um financiamento de R$ 1 milhão, pago pela Secretaria de Comunicação, por serviços não realizados. Silval afirmou que o ex-secretário de Comunicação da época, Osmar de Carvalho, tinha conhecimento dos fatos.

Silval ainda disse que a gráfica Milenium, do Grupo Gazeta, também esteve envolvida no esquema em que foram feitas doações do Partido dos Trabalhadores ao Governo do Estado, para auxiliar a campanha de Lúdio Cabral (PT) ao governo. De acordo com o ex-governador, em 2014, o PT se comprometeu a mandar de R$ 6 a R$ 7 milhões de reais para auxiliar as campanhas, mas apenas R$ 1 milhão foi mandado.

A gráfica Milenium efetuou serviços para as campanhas de Lúdio Cabral e de Wellington Fagundes (PR) ao Senado, totalizando R$ 3 milhões. O pagamento foi feito de duas formas. O valor de R$ 1,8 milhão foi feito através da Secretaria de Comunicação, por serviços não prestados pelo Grupo Gazeta ao Estado. Por pedido de Silval, o secretário de comunicação, Pedro Marcos de Campos Lemos, autorizou o pagamento.

De acordo com Silval, João Dorileo cobrou de maneira insistente o R$ 1,2 milhão restante. Em 2015, o ex-governador conversou com o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, que acabou repassando para Dorileo dois imóveis para quitar o débito.

Na campanha de 2014, para Lúdio Cabral, Wellington Fagundes e deputados federais e estaduais, ficou um débito de R$ 2 milhões. O irmão de Silval, Antônio da Cunha Barbosa Filho, juntamente com o Procurador do Estado de Mato Grosso aposentado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, acabou repassando R$ 800 mil reais em dinheiro que havia recebido de propina da JBS. O restante do dinheiro foi passado através de dois a três apartamentos que Silval recebeu da Construtora São Benedito.
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