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TRANSTORNO

Bêbado, promotor exonerado atropelou deficiente e ameaçou com arma de fogo

19 Abr 2018 - 14:33

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

Promotor exonerado Fábio Camilo da Silva

Promotor exonerado Fábio Camilo da Silva

Agressão à menores, assedio sexual à colegas e até atropelamento de deficiente físico com ameças de morte. São alguns dos fatos que marcaram os últimos 40 dias de atuação de Fábio Camilo da Silva, no Ministério Público Estadual (MPE). O promotor foi exonerado na manhã desta quinta-feira (19) pelo Conselho Superior do Ministério Público Estadual (CSMP). 

O relatório assinado no dia 23 de março pelo procurador de Justiça Domingos Sávio de Arruda subsidiou o Procedimento Administrativo, que concluiu: o promotor sofre de Transtorno Bipolar e sua "maratona de impropriedades" trouxe consequências assustadoras à comunidade de Guarantã do Norte (a 708 Km da Capital).

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Narra o documento, que a Promotora de Justiça Laís Glauce Antônio Santos constrangeu-se com atitudes inconvenientes e de assédio por parte do ex-colega. Segundo certificado, Fábio Camilo se ofereceu para ir ao gabinete da promotora e a convida para "tomar um chopp, de forma constrangedora e inconveniente para a promotora, conforme indicam conversas via Whattsapp".
 
Nos dias seguintes, Fábio Camilo faltou injustificadamente aos compromissos profissionais. Não bastando, "ofereceu uma garrafa de uísque ao magistrado Diego Hartmann, que realizou as audiência do dia 19/06/2017 sem a presença do referido promotor".

Conforme relato, no dia 25 de junho, o motorista Willian de Souza Menezes fo preso por embriaguez ao volante. Durante entrevista informal, o mesmo afirmou ter sido detido pelo promotor Fabio Camilo, "que estava sem camisa, em aparente estado de embriaguez e dirigindo um veículo em pela rodovia". Não bastasse, o promotor solicitou "aos policiais que atenderam à ocorrência para que não constasse o seu nome no BO". 

No dia seguinte, Fábio Camilo comportou-se de modo inconveniente com dois servidores lotados na Promotoria de Guarantã do Norte, constrangendo-os ao comentar com eles, durante reunião de trabalho, que certa remessa de vídeos eróticos (provavelmente encontrada durante apreensão de bens) "deveria ser direcionada ao seu whatsapp particular". 

Ainda, em dia não esclarecido, na mesma semana, uma auxiliar de serviços localizou uma caixa de gel erótico na lixeira do gabinete do promotor.



No dia 29 de junho, Fábio Camilo agiu abusivamente ao atender o Conselho Tutelar. Ele teria agredido o adolescente D.H., de 17 anos, com tapas e xingamentos. "Primeiro mandou o menor ligar para o pai, depois mandou as conselheiras 'calar a boca', 'chamava o adolescente de merda e bosta', e que 'seu pai também era um bosta', 'chamava c*****, vocês estão me escutando', 'que dessa vez ia passar, mas da próxima vez o menor ia se f***' e que 'o menor ia par o presídio e que lá ia virar mulherzinha'; 'deu três tapas no rosto e costas do menor', quando as conselheiras iam falar alguma coisa o promotor mandava elas calarem a boca".

Em seguida, ainda "ordenou" que as autoridades policiais agredissem fisicamente o pai do menor, no momento de levá-lo para casa.  

"Não bastasse, nesse mesmo dia, o promotor, por volta das 23 horas, atropelou o cidadão Francisco de Jesus de Souza, deficiente físico. Ademais, após o acidente, o promotor saiu do veículo, com sinais de embriaguez e injuriou e ameaçou, com arma de fogo, a vítima do atropelamento, nos termos descritos no Boletim de Ocorrência".



O procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo, por sua vez, ressaltou que desde o início Fábio Camilo foi acompanhado de perto pela Corregedoria-Geral, já que o exame psicotécnico indicava possível inaptidão para o exercício do cargo.

O Corregedor-Geral Flávio Cézar Fachone esclareceu que durante o concurso a banca examinadora analisou o resultado do psicotécnico e decidiu que o mesmo permaneceria no certame, pois a jurisprudência dos Tribunais Superiores restringe a possibilidade de reprovação pelo resultado do exame.

Acompanharam o processo os conselheiros Mauro Delfino César, Luiz Eduardo Martins Jacob, Eliana Cícero de Sá Maranhão Ayres, Hélio Fredolino Faust, Mara Lígia Pires de Almeida Barreto e Edmilson da Costa Pereira.
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