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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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PEDIU EXTRATO

​“Estou absolutamente tranquila”, diz Selma após MPE ingressar em ação por caixa 2

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

​“Estou absolutamente tranquila”, diz Selma após MPE ingressar em ação por caixa 2
O desembargador do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), Pedro Sakamoto, autorizou o Ministério Público Eleitoral (MPE) a ingressar na ação que investiga a suposta prática de Caixa 2 por parte da senadora eleita Selma Arruda (PSL). O magistrado cassou uma decisão sua, do último dia 5, na qual negou o pedido do MPE para ingressar como pólo ativo na ação. A senadora confirmou ao Olhar Jurídico que está ciente da decisão e disse que está “absolutamente tranquila” com isso.
 
Leia mais:
Desembargador decreta segredo de justiça em ação contra Selma Arruda
 
Sakamoto decretou segredo de justiça na ação de investigação por suposto abuso de poder econômico praticado pela juíza Selma em 5 de outubro. Os extratos bancários da conta pessoal da magistrada aposentada foram apresentados de forma espontânea nos autos.

O advogado Diogo Sachs, que cuida da defesa da juíza aposentada, peticionou a necessidade do sigilo nos autos ser decretado para salvaguardar as informações bancárias e impedir a exposição da candidata.

"O andamento deste processo tem se tornado um ‘reality show’, uma vez que, peça deste processo que tramita na plataforma PJ e já foi divulgada em grupo de ‘whatsapp’, seguida de juízo de valor sobre a candidatura ao Senado 2018 de Selma Arruda, tais como: ‘cassada’, ‘essa aí já era’ ou ‘inelegível’", diz trecho da petição.

O desembargador acatou o pedido de sigilo "tendo em vista que a exposição de dados bancários [...] devem ser de conhecimento restrito aos personagens deste feito". O magistrado ainda negou o pedido do MPE para evitar “desnecessário tumulto processual, sem prejuízo de sua regular atuação no processo".

No entanto, o desembargador voltou atrás e cassou sua decisão, garantindo que o MPE ingresse na ação. A senadora eleita confirmou que está ciente da decisão: “[O desembargador] achou que é mais econômico né?”. A senadora ainda disse que já entregou os extratos bancários de sua conta, mas que foi pedido extrato de conta poupança.

“É o extrato que eu ofereci, só que o Ministério Público pediu um extrato de conta poupança, se eventualmente eu tivesse, mas eu não tenho conta-poupança”.

Com relação a esta mudança, Selma disse que em nada altera a sua defesa. A senadora continua afirmando que as acusações são infundadas porque não existe crime de caixa dois durante a pré-campanha.

“Não altera de forma alguma, eu só não tinha dado muita atenção para o parecer do ministério público porque tinha sido desconsiderado pelo desembargador, mas agora vou dar uma lida, para ver se tem mais alguma coisa para complementar. Estou absolutamente tranquila”.

A decisão

O Folhamax divulgou nesta quinta-feira (18) as informações da decisão que autorizou o MPE a ingressar na ação e também de que o desembargador atendeu parcialmente o requerimento do Ministério Público, para que seja entregue o extrato detalhado da conta bancária da senadora.

Ao Olhar Jurídico Selma confirmou que está ciente do ingresso do MPE, mas sobre o requerimento do extrato detalhado, na realidade disse que foi pedido um extrato de conta poupança.

“Eu só não tinha dado muita atenção para o parecer do Ministério Público porque tinha sido desconsiderado pelo desembargador, agora vou dar uma lida e ver se tem mais alguma coisa para complementar”, disse a senadora eleita.
 
Entenda:
 
Na semana passada, o adversário de Selma pediu que fosse investigada a suspeita de gastos ilícitos e abuso de poder econômico da ex-magistrada após o publicitário Júnior Brasa mover uma ação monitória cobrando cerca de R$ 1,2 milhão da pré-campanha e até mesmo na campanha com marketing.
 
Recente reportagem do Olhar Direto mostrou que a candidata ao Senado em Mato Grosso, vinha realizando pagamentos desde abril deste ano, que totalizam R$ 700 mil, utilizando cheques de sua conta pessoal, conduta que é vedada pela Justiça Eleitoral. Com base na ação monitória proposta por Júnior Brasa, uma denúncia foi oferecida ao Ministério Público Eleitoral, com cópias dos cheques pessoais utilizados por Selma, além do contrato firmado entre ela e a Genius e e-mails trocados com o publicitário, que comprovam a relação entre a juíza aposentada e a agência fora do período que é permitido pela legislação eleitoral.
 
Após a divulgação do pedido, a candidata Selma Arruda concedeu uma coletiva no dia 1 de outubro, onde afirmou que iria colocar o sigilo bancário de sua campanha à disposição. Ela sustenta que na verdade está sendo vítima de extorsão, disparou acusações contra adversários  e negou qualquer prática ilícita.
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