O ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi foi citado pelo Ministério Público Federal (MPF) no pedido de prisão do ex-presidente Michel Temer e mais outros 11 investigados na Operação Lava Jato.

No documento o MPF citou que Maggi assumiu o cargo de ministro quando Temer assumiu a presidência, e após a saída de membros do PT da organização criminosa que Temer fazia parte, por causa da crise política que o governo enfrentava.
 
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O Ministério Público Federal citou que em 2015 a relação entre a presidente Dilma Roussef e o grupo “PMDB na Câmara” estava fortemente abalada.
 
“No meio deste clima de descontentamento, no início de 2015, Eduardo Cunha decidiu não observar o acordo de alternância entre o PT e o PMDB e lançou-se candidato à Presidência da Câmara dos Deputados numa disputa com o candidato do PT, Arlindo Chinaglia. Esse episódio marcou uma virada importante no relacionamento entre os integrantes do núcleo político da organização criminosa do ‘PMDB na Câmara’ e do PT. As desconfianças foram alimentadas pela instauração no âmbito do Supremo Tribunal Federal de inúmeros inquéritos relacionados à operação Lava Jato”, relatou o MPF.
 
Esta tensão entre os partidos gerou uma forte crise política, sendo que o então vice-presidente Michel Temer expôs em uma carta a insatisfação de seu grupo político com o governo.
 
Em sequência o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma foi apresentado, ainda em 2015. Já em março de 2016 o PMDB decidiu deixar formalmente a base do governo e, em abril de 2016, o pedido de abertura de impeachment da presidente foi aprovado pela Câmara dos Deputados.
 
“A partir daí houve um rearranjo no núcleo político da organização apenas para se excluir dele os integrantes do PT, sem que isso tenha significado o término das atividades ilícitas por parte da organização criminosa. Com a mudança de mão da cúpula do Poder Executivo Federal, houve necessidade de reacomodação dos demais integrantes que permaneceram na organização”, disse o MPF.
 
Michel Temer assumiu provisoriamente a presidência em maio de 2016 e definitivamente em agosto de 2016. O Ministério Público relatou que Temer, “na sua gestão, garantiu espaços relevantes aos líderes do PP e do PMDB que já pertenciam á organização criminosa, com destaque ao papel atribuído a Romero Jucá”.
 
O MPF então apresentou uma tabela onde elencou os cargos que foram ocupados no governo de Temer, sendo o ex-governador Blairo Maggi nomeado ministro da Agricultura.
 
A assessoria de Maggi não quis se manifestar sobre o caso já que considera que a menção é “política” e não está relacionada a qualquer conduta de Blairo Maggi.